O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, anunciou, na quinta-feira (29) em Curitiba, investimentos de R$ 609,8 milhões em obras para a recuperação, manutenção, construção e adequação de rodovias no Paraná em 2012. Segundo ele, até 2022, os recursos totais investidos no setor no Estado podem chegar a R$ 25 bilhões. O anúncio foi feito durante encontro do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, um grupo de 16 entidades representativas, que discutiu as prioridades do Estado nas áreas de infraestrutura e logística, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Uma das obras prioritárias, de acordo com o ministro, será a conclusão da BR-487, a Estrada Boiadeira, no Noroeste. ''Nos próximos 90 dias vai ser possível dar a ordem de serviço para mais um lote, e queremos que toda essa rodovia esteja licitada até o fim deste ano'', declarou Passos.
O ministro anunciou também que deve ser iniciada em breve a realização de estudos de viabilidade sobre o Corredor Ferroviário do Paraná, projeto que pretende ligar o porto de Paranaguá ao Mato Grosso do Sul, atravessando todo o Estado. Segundo Passos, o ministério deve publicar em abril o edital de licitação para a contratação da empresa que fará o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Corredor Ferroviário. Pelo traçado prévio, a ferrovia terá 1.116 quilômetros de extensão e vai ligar Paranaguá a Maracaju (MS), passando por Guarapuava, Cascavel e Guaíra.
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O ministro, no entanto, foi bastante cauteloso ao ser questionado sobre quando o primeiro trem circulará pela ferrovia. "Para um estudo de viabilidade bem feito, leva-se cerca de um ano. Depois disso, é preciso abrir outra licitação para realização do projeto de engenharia. Só depois é que se licita e autoriza a obra", declarou. "Mesmo tendo todo o dinheiro do mundo, leva alguns anos para fazer uma obra como esta", disse. O custo da obra também não está definido, já que depende justamente dos estudos de viabilidade e engenharia.
O ministro anunciou ainda outras obras no Estado. Segundo ele, a BR-158, entre Campo Mourão e Palmital, e a segunda etapa do Contorno Norte de Maringá, devem ter as ordens de serviço assinadas em ''curto prazo''. Já em relação às BRs 153 (que corta o Norte Pioneiro) e 163 (no Oeste), estão em curso os projetos de qualificação das rodovias.
Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, é positivo o fato de o ministro ter apresentado resposta a uma das principais demandas do setor produtivo paranaense. ''Estávamos justamente pleiteando a realização dos estudos de viabilidade desse ramal ferroviário e o ministro mostrou que é algo que já está acontecendo'', afirmou.
Para o porta-voz do fórum e presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko, todos os projetos são positivos, ''mas a implantação efetiva do corredor ferroviário, por exemplo, deve demorar de três a quatro anos. Enquanto isso o Estado depende das rodovias para transportar toda a produção''.