Passageiros que entendem ter sido prejudicados pela companhia aérea Gol estão movendo uma ação coletiva de consumo a empresa. A ação é coordenada pela ANDEP – Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo, com sede em Porto Alegre (RS).
Segundo o advogado e presidente da ANDEP, Cláudio Candiota Filho, ainda existe a possibilidade de outros usuários ingressarem na ação, que está aguardando sentença. Para tanto, além de ter passado por situação humilhante, é imprescindível que o passageiro ainda possua o ticket da passagem.
A ação foi ajuizada em maio de 2009 e compreende situações vivenciadas pelos passageiros de vários voos, entre os quais os de nºs 9115, 7487, 1837 e 1709, respectivamente, em Curitiba (2007); Buenos Aires e Montevideo (2008); e em Fernando de Noronha (2009).
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Segundo a ANDEP, os clientes que têm direito de pedir indenização são os que permaneceram por mais de duas horas em sala de embarque, sem informações dos funcionários da empresa, não tenham recebido hospedagem, alimentação e informações adequadas e claras sobre os motivos dos atrasos dos voos.
Em um dos casos, um voo marcado para as 20h25 com saída do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), até o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em 2007, levou mais de seis horas, quando o tempo de voo entre as duas cidades ficava ao redor de uma hora.
Durante a longa espera, um passageiro filmou com seu celular toda a situação e exigiu explicações aos funcionários da empresa, que disseram que o problema não era da Gol. Por isso, decidiu fazer uma reclamação à Anac. Em resposta, foi ameaçado de prisão, apenas porque estava filmando.
"O que mais afeta os passageiros, na verdade, não é o cancelamento ou o atraso do voo, mas a forma desrespeitosa, indigna e, até, desumana como certas companhias aéreas tratam os seus passageiros, a partir da constatação do atraso", destaca Marcelo Santini, responsável pelo departamento jurídico da
ANDEP.
Há o caso do voo cancelado no Uruguai, em que os passageiros foram transportados para um local, a mais de 100 quilômetros de Montevideo. O local não tinha banheiro privativo, telefone, e ainda havia aranhas pelo teto, o que permitia perceber que o estabelecimento estava fechado há muito tempo.
Os passageiros foram obrigados a permanecer naquele local, pois não havia ônibus para levá-los de volta. "Foi um verdadeiro filme de terror", relata Candiota. (Fonte: www.espacovital.com.br)