O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, fez em entrevista coletiva em Londrina nesta quarta-feira (27), duras críticas ao Ministério Público (MP), que, no início da semana, emitiu recomendação administrativa solicitando que a prefeitura revogue decreto de utilidade pública da área que seria destinada à implantação do projeto Arco Norte. O terreno fica localizado no distrito de São Luiz, nas proximidades da Mata dos Godoy.
"A secretaria tem grande interesse para que esse projeto saia. Temos visto a presidente Dilma visitando outros países, pedindo para que empresários do mundo inteiro venham investir no Brasil. E quando investidores vêm fazer isso em Londrina, o MP me entra com um pedido desses, completamente sem cabimento", argumentou, citando a visita de um grupo de investidores americanos, que virão à cidade justamente para conhecer o projeto Arco Norte. "Os empresários não podem ser influenciados por esse tipo de atitude. As pessoas de bem de Londrina têm que tocar os projetos. Claro que sempre respeitando as leis e os estudos", acrescentou.
Na avaliação do secretário, a recomendação, assinada pela promotora Solange Vicentin, foi "precipitada". "Se não tem estudo de viabilidade técnica e ambiental ainda, como é que o MP pode saber que o projeto faz afronta à legislação ambiental?", questionou. "Nós, homens públicos, temos que respeitar a decisão, mas vale lembrar que o Ministério Público não tem o direito de intervir no desenvolvimento de Londrina", completou.
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Ratinho Júnior acredita que a recomendação do MP não vai barrar o Arco Norte. "Um 'achismo' desses não pode barrar um projeto tão importante para Londrina", criticou.
O prefeito Alexandre Kireeff, por sua vez, evitou polemizar. Ele confirmou que já recebeu o pedido da promotora. "Enviei a recomendação à Procuradoria Jurídica, que tem autonomia para analisar pareceres do tipo", disse.
Questionado se acredita que a solicitação pode atrasar o projeto, Kireeff foi taxativo. "O projeto é de suma importância para a cidade. A iniciativa prevê a criação de um equipamento logístico no município, que vai poder promover o desenvolvimento. Os posicionamentos contrários vão surgir e nós temos que fazer de tudo para agradar todas as partes. O Arco Norte precisa sair do papel respeitando tanto o viés econômico quanto os aspectos social, ambiental e sustentável", concluiu.