Juros baixos, ausência de burocracia e liberação rápida do crédito são alguns dos fatores que levam cada vez maior número de pessoas a penhorar joias. A linha de penhor da Caixa Econômica Federal realizou empréstimos em todo o país no valor de R$ 1,42 bilhão no primeiro trimestre deste ano, quantia 8,8% acima do mesmo período do ano passado.
Na superintendência regional de Londrina, que envolve 92 municípios, o volume entre os trimestres saltou de R$ 10,4 milhões para R$ 13 milhões, crescimento em torno de 20%.
Do total, na região de Londrina, 52% dos contratos efetivados correspondem ao micropenhor, modalidade dirigida à população de baixa renda, com taxa de juro de 1,95% ao mês. Segundo o gerente regional da Caixa, José Carlos Rodrigues, a grande maioria das pessoas que recorrem ao micropenhor é composta por mulheres que precisam pagar dívidas pessoais. ''As pessoas procuram essa modalidade quando precisam de um reforço no orçamento. É um crédito fácil, que não precisa de avalista, pois a própria joia já é a garantia'', afirma.
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Ele observa que o volume de empréstimos por meio de penhor vinha se mantendo nos últimos anos, mas a procura aumentou depois da eclosão da crise financeira mundial. De 2008 para 2009, o número de contratos de operação de penhor cresceu 4% e o valor emprestado aumentou 13,67%. Porém, mesmo após o período crítico da crise, o penhor vem se mostrando atrativo para boa parte das pessoas, levando em conta o crescimento de 20% no crédito liberado neste primeiro trimetre em relação ao mesmo período de 2009.
Para fazer o penhor, o interessado deve recorrer à alguma agência da Caixa que trabalhe com a modalidade (na área da superintendência regional há agências credenciadas para isso em Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana e Telêmaco Borba). É possível penhorar bens como joias, metal nobre, diamantes lapidados, pérolas, relógios, canetas e pratarias (estes três últimos devem ser originais e de valor significativo).
Além do bem, o interessado deve apresentar documento de identidade, CPF em situação regular perante a Receita Federal e comprovante de residência. A joia passa por avaliação na própria agência e o empréstimo deve corresponder a até 85% do valor avaliado. O limite mínimo é de R$ 50 e o máximo de R$ 50 mil por cliente. O dinheiro é liberado na hora.
A taxa de juros do penhor é de 2,25% ao mês. Já no micropenhor, que tem taxa de 1,95%, o empréstimo é limitado a R$ 1,5 mil - para entrar nesta modalidade, a pessoa não pode ter nenhum tipo de aplicação financeira acima de R$ 3 mil. Em ambos os casos, o prazo para pagamento é de 30 a 180 dias, à escolha do interessado.
No ato da contratação são pagos os valores referentes aos juros e demais encargos como a taxa de seguro (há ressarcimento em caso da morte do proprietário dos bens e de roubo, furto ou extravio dos objetos). A amortização é única, ao final da vigência do contrato, com quitação do empréstimo e resgate do objeto penhorado. ''Se a pessoa não tiver o dinheiro, ela pode renovar (o contrato) quantas vezes ela precisar, desde que faça o pagamento dos juros'', diz Rodrigues.
Leilão
Os bens cujos contratos não são quitados ou renovados vão a leilão. A Caixa realiza leilões em média a cada 45 dias. Segundo o gerente regional José Carlos Rodrigues, as joias podem ser arrematadas a preços entre 10% a 30% abaixo dos valores de mercado. O próximo leilão acontece no dia 17 deste mês em Curitiba (Rua Marechal Deodora, 450). Serão ofertados 3.980 lotes de diversas agências do Estado. O lote de maior valor (R$ 20,9 mil) contém um anel de platina com um diamante. O de menor valor (R$ 63) corresponde a um anel e dois brincos de ouro.
Os interessados em participar podem dar lances procurando as salas de auto-atendimento das agências da Caixa no Estado no dia 17. Para visualizar as joias, somente no local do leilão no dia 17, das 11 às 16 horas. A divulgação do resultado será no dia 18, às 10 horas. O resultado também poderá ser consultado na internet, no endereço www.caixa.gov.br. O edital e o catálogo da licitação também estão disponíveis para consulta na página.