A perda da estabilidade no emprego, causada pela redução no número de vagas com carteira assinada, está por trás do aumento na taxa de desemprego, segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele explicou nesta terça-feira, 24, que, diante de um aumento da informalidade, outros membros da família estão começando a buscar um trabalho para ajudar a compor a renda do domicílio.
"A desocupação continua aumentando. Esse aumento está muito mais explicado pela mudança na estrutura do mercado de trabalho, com queda no emprego formal e aumento no trabalho por conta própria", afirmou o coordenador do IBGE, no dia em que o instituto divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do terceiro trimestre de 2015.
O País perdeu 1,237 milhão de vagas com carteira de trabalho assinada no setor privado entre o terceiro trimestre de 2014 e o terceiro trimestre de 2015. No mesmo período, o trabalho por conta própria ganhou adesão de mais 760 mil pessoas, enquanto o total de empregadores cresceu em 297 mil indivíduos. Já a fila do desemprego recebeu mais 2,274 milhões de pessoas em busca de trabalho.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
"São jovens, idosos, donas de casa que acabam indo para o mercado de trabalho para ajudar quem perdeu o emprego com carteira assinada", avaliou Azeredo.
O nível da ocupação recuou de 56,8% no terceiro trimestre do ano passado para 56% no terceiro trimestre deste ano.
"O nível da ocupação caiu, o que significa dizer que, entre a população de 14 anos ou mais de idade, você tem menos pessoas trabalhando. O que de certa forma justifica esse aumento da desocupação, porque as pessoas perdem o emprego e acabam indo para o mercado de trabalho tentando se realocar", concluiu o coordenador do IBGE.