Está marcada para este mês a realização da última e mais importante etapa dos estudos de viabilidade para a construção do Trem Pé-Vermelho – o trem de passageiros que deverá ser implantado entre as cidades de Paiçandu e Ibiporã, unindo as regiões metropolitanas de Maringá e Londrina.
A ligação ferroviária de 152 quilômetros cobrirá 13 municípios – Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã – atendendo uma população de cerca de 2 milhões de habitantes.
A pesquisa será realizada entre os dias 22 e 26 de outubro com passageiros de linhas regulares de ônibus e usuários de veículos particulares que percorrem o trajeto traçado.
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No primeiro caso, os pesquisadores farão a pesquisa dentro dos ônibus; e no segundo, equipes permanecerão nos postos da Polícia Rodoviária. O trabalho será coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com instituições da região, como Universidade Estadual de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM).
Segundo o coordenador de Projeto do Laboratório de Transporte e Logística da Universidade de Santa Catarina (UFSC), Rodolfo Philippi, o objetivo desta etapa da pesquisa é medir a demanda potencial de usuários do Trem Pé-Vermelho.
De acordo com o coordenador executivo do projeto, Paulo Thimóteo, "as entrevistas com os usuários do transporte coletivo e privado, moradores da região, constituirão a base de dados que ajudarão a avaliar a viabilidade e implantação do transporte ferroviário regional de passageiros".
A pesquisa de campo conduzida pela UFSC será efetivada por estudantes recrutados, através de convênio, pela UEL e UEM.
Articulação Regional
A articulação para a implantação do Trem Pé-Vermelho é feita pela Agência de Desenvolvimento Terra Roxa Investimentos. As discussões sobre a volta do trem de passageiros na região teve início há cerca de quatro anos.
Já foram realizados os estudos de viabilidade econômica, que apontaram que a região tem um padrão de desenvolvimento social e econômico elevado.
Os estudos realizados até o momento identificaram que a região é atualmente atendida apenas por serviço de ônibus para o transporte coletivo de passageiros e que a viagem entre alguns municípios requer que o passageiro realize transbordo, o que exige embarque em mais de uma linha de ônibus. Os estudos apontaram ainda que a maior parte das ligações é servida por uma mesma linha de ônibus e que a frequência diária da maior parte de linhas oferecidas é de uma viagem/dia.
O diretor-executivo da Terra Roxa, Alexandre Farina, ressaltou que o trem atenderia a nova realidade da região. "Não tem nada a ver com aqueles trens lentos e antigos, que estão no imaginário das pessoas que chegaram a usar trem como veículo de transporte no Brasil", comentou.
A volta do trem de passageiros irá exigir também a implantação de novas e modernas linhas férreas.
Trens Regionais
O projeto regional é realizado em parceria com o Governo Federal, os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Trem Regional Londrina-Maringá é um dos 14 projetos selecionados pelo governo federal em 2009, no âmbito do Programa de Resgate do Transporte Ferroviário de Passageiros, do Ministério dos Transportes.
O Programa de Trens Regionais do governo federal selecionou duas regiões no país para instalar trens de passageiros, e uma delas é o trecho Paiçandu-Ibiporã. Os estudos são realizados pelo Laboratório de Transporte e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans), que recebeu R$ 800 mil do governo federal – R$ 400 mil para o Paraná e outros R$ 400 mil para o trecho que será construído entre Bento Gonçalves e Caxias (RS).
O Trem Pé Vermelho é conduzido conjuntamente com o projeto do Trem da Serra Gaúcha. Ambos estão sob a coordenação técnica do Labtrans e coordenação executiva da Trensurb – Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, vinculada ao Ministério das Cidades. (Informações da assessoria de imprensa)