A Polícia Federal indiciou 22 pessoas por participação no rombo de R$ 4,3 bilhões do Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, após a conclusão do inquérito aberto há um ano e um mês para apurar as irregularidades. A PF informou ainda, por meio de neta, que a Justiça determinou o bloqueio de R$ 21 milhões em investimentos dos envolvidos. Também estão indisponíveis 29 bens móveis (como veículos) e imóveis. A Justiça ainda determinou o sequestro de três barcos.
De acordo com a PF, o relatório das investigações já foi encaminhado ao Ministério Público Federal. Os nomes dos indiciados são mantidos em sigilo para atender a uma determinação judicial, mas, entre os acusados, estão cinco executivos que ocupavam os cargos mais elevados na diretoria do banco, três ex-funcionários e um ex-presidente do Grupo Silvio Santos. Eles vão responder por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e crimes contra o sistema financeiro. As penas previstas podem chegar a 31 anos de prisão.
No mesmo processo, também foram indiciados seis ex-diretores do banco e dois executivos do Grupo Silvio Santos, todos estranhos à diretoria do Panamericano, pela prática de crimes de gestão fraudulenta e por uso de "caixa dois" (dinheiro não contabilizado), em razão "da existência de provas de que teriam sido beneficiados pela subtração de valores da instituição financeira", de acordo com a nota divulgada pela PF.
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Também foram identificadas cinco pessoas que atuaram como "laranjas", sócios de empresa de fachada, que foram indiciadas pelo crime de formação de quadrilha.
O rombo financeiro foi descoberto após o trabalho de auditoria iniciado em novembro de 2010. Naquele momento, para assegurar os depósitos dos clientes, o Grupo Silvio Santos pegou R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Mas as irregularidades levaram à venda de 37% do capital do PanAmericano ao banco BTG Pactual, que se tornou acionista majoritário e injetou R$ 1, 3 bilhão para sanear a instituição financeira. A Caixapar, braço de participações da Caixa Econômica Federal, tem 36% das ações, compradas em 2009, e o restante está em mãos de minoritários.