O Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu 3,9% no primeiro semestre de 2013, na comparação com igual período do ano passado, de acordo com estimativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). No mesmo intervalo, o PIB nacional teve expansão de 2,6%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (30/08).
"O ritmo mais acelerado de crescimento da economia do Estado, em relação ao desempenho médio nacional, foi sustentado pela impulsão da renda do agronegócio e aquecimento do mercado de trabalho regional", avalia o diretor-presidente do Ipardes, o economista Gilmar Mendes Lourenço.
O Estado colheu uma safra recorde de verão em 2013, com mais de 23 milhões de toneladas. O resultado foi 31% maior do que o do ano passado. Os destaques ficaram para a soja (+46%) e o milho (+8%). Somadas todas as colheitas do ano, a produção agrícola paranaense deve superar 36 milhões de toneladas, com acréscimo de 17% sobre 2012.
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"A combinação entre preços internacionais de alimentos ainda favoráveis, desvalorização cambial próxima de 20%, entre janeiro e junho de 2013, e forte elevação da produção de grãos, produziu efeitos multiplicadores dinâmicos nas cadeias produtivas direta e indiretamente atreladas ao setor rural", explica Gilmar Lourenço.
EMPREGO - Em relação ao mercado de trabalho, a Pesquisa Mensal de Emprego e Salário (PIMES), do IBGE, revela que o contingente ocupado na indústria do Paraná subiu 1,1% no primeiro semestre do ano, contra queda de -0,7% no País.
"O Estado liderou a geração de postos no segmento fabril. A abertura de vagas industriais vem crescendo por 21 meses seguidos no Paraná, enquanto no País recua por 21 meses consecutivos", informa o diretor-presidente do Ipardes.
Ele ressalta que levantamentos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho em Emprego (MTE), apontam que o interior foi responsável pela criação de 90% dos empregos formais da indústria paranaense nos primeiros seis meses de 2013, contra 79% entre 2011 e junho de 2013 e 68% no intervalo 2003 a 2010.
Expansão - Lourenço afirma que a expansão da economia paranaense deve continuar no restante do ano, apesar "da crise externa, as incongruências da orientação macroeconômica do Palácio do Planalto e as perdas de R$ 1,3 bilhão na agropecuária, por conta de fatores climáticos".
O economista entende que haverá recuperação dos níveis de produção e rentabilidade do agronegócio e ressalta a maturação da carteira de mais de R$ 21 bilhões de empreendimentos industriais privados nacionais e multinacionais do Programa Paraná Competitivo.
"Além disso, a aceleração das obras de restauração e ampliação da competitividade da infraestrutura, por parte do executivo estadual, deve sustentar a continuidade da expansão da economia estadual", ressalta Lourenço.
Brasil - O desempenho brasileiro foi puxado pela agropecuária (14,7%), enquanto serviços e indústria cresceram 2,1% e 0,8%, respectivamente. "A decolagem econômica brasileira vem sendo obstruída pelos crescentes desequilíbrios nas contas externas, pela debilidade das finanças públicas e pelos focos inflacionários domésticos", afirma Lourenço.