Estimativas do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 0,9% no ano passado, a mesma taxa observada para o conjunto do País, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contribuíram para o resultado paranaense, a estiagem do primeiro semestre e o desempenho da indústria.
Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Ipardes, avalia que a retomada sustentada da curva ascendente do PIB no Estado, neste ano, requer a melhoria dos parâmetros externos. "A base econômica estadual revela enorme potencial de retomada de taxas de expansão superiores a 4% ao ano, acima dos 3,2% projetados para o País pelo Banco Central", projeta Loureço.
A Conab prevê para o Estado impulsão de 36% da safra de grãos e de 32,8% no valor da produção (com desconto da inflação) do setor agrícola. Também, o Programa Paraná Competitivo, que já atraiu investimento de mais de R$ 20 bilhões ao Estado, teve atuação ampliada. A assinatura da Lei da Inovação, pelo governador Beto Richa, nesta semana, também vai permitir investimentos para desenvolvimento tecnológico e formação de parcerias entre universidades e empresas.
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FATORES – A forte estiagem entre dezembro de 2011 e fevereiro do ano passado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), levou à redução de 19,9% da produção estadual de grãos, sobretudo das lavouras de soja, que apresentaram declínio de 29,1%. Já o milho, apesar do excelente desempenho da safra de inverno, amargou queda de 8,9% na quantidade produzida. O valor bruto da produção (VBP) da agropecuária paranaense variou apenas 1,2%, puxado pela cultura de milho (16,1%), sendo que para a soja houve recuo de 8,2%.
No último trimestre, a produção fabril paranaense retraiu 4,8% em 2012, versus 2,7% para a média do País, invertendo a rota ascendente exibida pelo indicador anual até junho (crescimento de 8,8%, ante queda de 2,3% para o Brasil). Contribuíram para o desempenho as atividades veículos automotores (-16,2%), química (-10,1%), edição e impressão (-4,4%), minerais não metálicos (-3,4%), celulose e papel (-1,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,8%), borracha e plástico (-0,8%) e produtos de metal (-0,1%).
Conforme avaliação do Ipardes, o parque manufatureiro paranaense reproduziu, no segundo semestre de 2012, a contração do setor no Brasil. "O resultado foi fruto dos efeitos do enfraquecimento do comércio internacional, e da resposta do mercado doméstico aos estímulos de política econômica do governo federal, restrita à desova de estoques de alguns bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, sem interferir positivamente nos patamares de produção", analisou Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Ipardes.