Temida na Esplanada, mas recentemente longe dos holofotes, a "espancadora de projetos" reapareceu no último sábado, 25. Como costumava fazer desde a época em que era ministra-chefe da Casa Civil e a poderosa "mãe do PAC", a presidente Dilma Rousseff voltou a questionar no detalhe cada projeto que lhe era apresentado pelos ministros para inclusão no novo pacote de concessões. Isso explica, em parte, as quase 10 horas da reunião realizada no Palácio da Alvorada no fim de semana.
"Havia projetos que não aguentaram dois minutos de questionamento", disse um dos participantes que, no entanto, não revelou quais. Por conta disso, houve ministros que saíram contrariados da reunião.
Por outro lado, havia projetos mais sólidos que foram selecionados. Já estão na lista quatro lotes de rodovias federais cujos estudos técnicos estão prestes a serem concluídos: BR-163, entre Mato Grosso e Pará; BR-364, que segue de Goiás para Minas Gerais; BR-364, a partir do Mato Grosso até Goiás; e um eixo no Paraná, ligando as BRs-476, 153, 282 e 480. Também estão na lista três aeroportos (Salvador, Florianópolis e Porto Alegre) e a concessão de dois trechos da ferrovia Norte-sul, mediante a cobrança de outorga. A seleção de projetos deverá alongar-se até meados de maio.
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Na segunda-feira, 27, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que a presidente deve anunciar o plano de investimentos dentro de algumas semanas. O ministro, no entanto, evitou falar sobre previsão de recursos a serem aplicados porque "seria prematuro falar em valores dos investimentos".
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse, porém, que a estimativa inicial de orçamento do pacote de concessões em infraestrutura é de cerca de R$ 150 bilhões. "Foi o que inicialmente circulou (entre os ministros), mas é óbvio que as contas estão sendo feitas", disse.
Novos investimentos
Em apresentação durante evento de infraestrutura em Brasília, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que o governo estuda a possibilidade de permitir novos investimentos em empreendimentos já concedidos, principalmente na área de rodovias, mas também em ferrovias. Segundo ele, o potencial desses investimentos é de R$ 12 bilhões somente em rodovias.
"Detectamos novos investimentos que, apesar de não estarem previstos, devido ao aumento da economia, da demanda, serão necessários", afirmou. As possibilidades de remuneração desses projetos ainda estão em aberto. "Tem várias formas de remunerar. Pode ser prazo, pode ser tarifa, pode ser compensação do governo no final do processo", disse. Barbosa também declarou que o governo estuda novas concessões de aeroportos, além das já indicadas pela presidente Dilma Rousseff. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.