O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês) revisou hoje para 26 milhões de hectares o plantio de lavouras transgênicas no Brasil em 2010/11. Estimativa divulgada pela consultoria Céleres, representante do ISAAA no Brasil, em janeiro, estimava o cultivo de sementes geneticamente modificadas em 25,4 milhões de ha.
A área estimada agora representa um aumento de 21,5% sobre os 21,4 milhões de hectares plantados em 2009/10, e o Brasil consolida-se como o segundo país que mais planta sementes geneticamente modificadas no mundo. Os Estados Unidos permanecem no topo da lista, com 66,8 milhões de ha. A Argentina vem em terceiro lugar, com 22,9 milhões de ha.
"Concluído o período de plantio, percebemos que a adoção em 2010 foi ainda maior do que o previsto inicialmente. Além disso, do ponto de vista de aprovações de novas sementes, 2010 foi também bastante produtivo", avaliou em teleconferência Anderson Galvão, sócio-diretor da consultoria Céleres. No ano passado, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de quatro variedades transgênicas de milho, três de soja e uma de algodão.
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De acordo com Galvão, 18,2 milhões de hectares foram plantados com soja e 7,5 milhões com milho na safra 2010/11. Ele destacou que 75% da área total plantada com a safrinha de milho deve ser de transgênicos. É praticamente o mesmo porcentual do que já é plantado com soja. "É importante ressaltar que a soja demorou 13 anos para atingir esse porcentual, que o milho de inverno está atingindo em apenas três anos". A área plantada com transgênicos na safra verão de milho chegou a 45% em 2010/11, o que leva a um total para o cereal de 57%.
A tolerância a herbicidas é a principal característica vista nas lavouras geneticamente modificadas do País, seguida da resistência a insetos. "Praticamente todos os Estados com relevância agrícola adotam diferentes níveis de biotecnologia. Em 2010, Mato Grosso consolidou sua posição como Estado com maior área plantada com transgênicos, 6,1 milhões de hectares, seguido do Rio Grande do Sul, com 5,2 milhões de ha, e do Paraná, com 4,8 milhões de ha", completou Galvão.
Entretanto, o analista evitou fazer previsões sobre o aumento do uso de transgênicos no País. "O Brasil, como um dos países que tem maior disponibilidade de área agrícola, deve vivenciar nos próximos anos um expressivo crescimento na área plantada dos principais grãos. Como a biotecnologia já é tida como padrão para a produção, é natural esperar que a adoção cresça de mãos dadas com a expansão agrícola".