Nos últimos quatro anos a camada mais pobre da população brasileira aumentou o consumo em 11% e gastou até 35% a mais com alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza, segundo dados da pesquisa "O consumo na era Lula", divulgada nesta quarta-feira (22) em São Paulo pela LatinPanel.
A pesquisa mostra ainda que o número de itens que compõe a cesta básica nos lares de baixa renda saltou de 21 para 27. Um aumento de 29% entre 2002 e 2006. O índice é 11 pontos percentuais superior à expansão de 18% (de 28 para 33) verificada nos lares de classe C e 9 pontos percentuais superior aos 20% de expansão registrados pelas famílias de classe A e B (de 26 para 31 categorias).
Passaram a integrar a cesta básica da classe D e E os sucos em pó, a massas instantâneas, os caldos para tempero, esponjas sintéticas, extrato de tomate, salgadinhos, leite longa vida e maionese. "Além de ampliar o número de categorias, houve uma sofisticação da cesta de consumo na baixa renda", diz Margareth Utimura, diretora comercial da LatinPanel e coordenadora do estudo em comunicado à imprensa distribuído pelo instituto de pesquisa.
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De acordo com os número de LatinPanel, as regiões Norte e Nordeste concentram 66% da população nas classes D e E e lideram o consumo popular respondendo por 58% do consumo. A segunda maior população de baixa renda está no Centro Oeste (47%), região em que este segmento responde por 37% do consumo
Outro dado da pesquisa aponta para a migração de pessoas das classes menos favorecidas para classes superiores na cadeia de consumo. Em 2006, 2,15 milhões de famílias de baixa renda migraram para a classe C. Em 2005, cerca de 44% das famílias eram consideradas de classe D e E. Em 2006, este número caiu para 39% dos domicílios pesquisados.
Caso a renda melhore, o principal sonho de consumo das classes D e E é compra eletrodomésticos, seguido de alimentos, reforma da casa e de itens de vestuário. Quitação de dívidas e compra de imóveis e carros também foram citados na pesquisa.
Os dados foram produzidos a partir do acompanhamento semanal da cesta de compras de 8,2 mil famílias brasileiras nos últimos quatro anos. A amostra representa 82% da população domiciliar do País e 91% do potencial de consumo do mercado local. (Com informações do IG)