O porcentual de cheques devolvidos em todo País por falta de fundos em relação aos compensados caiu de 1,88% em agosto para 1,82% em setembro, o que corresponde a uma redução de 1.681.162 para 1.507.428 unidades no período (queda de 10,3%), informou hoje a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
O porcentual de setembro, no entanto, é superior ao verificado em setembro do ano passado (1,59%). No acumulado de janeiro a setembro, foram devolvidos 1,92% dos cheques, ante os 1,80% do mesmo período de 2010.
"Existe uma preocupação do consumidor e do empresário quanto à sua posição como inadimplente. Em relação aos números de setembro e também para o restante do ano, há o aumento da capacidade de pagamento por conta de adiantamento de renda, como a antecipação do 13º salário, e emprego em alta", explica o economista da Boa Vista Flávio Calife, ao justificar a queda do mês passado.
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A devolução de cheques de pessoas jurídicas cresceu 9,4% nos nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2010. Ante setembro do ano passado, a alta é de 16,7%. Já para pessoas físicas, houve queda de 6,4% no acumulado do ano e redução de 0,3% ante setembro de 2010.
Segundo a Boa Vista, os comportamentos dos cheques devolvidos e de outros indicadores de inadimplência devem ser influenciados pelas incertezas do cenário econômico.
"No cenário mais longo, vemos redução da atividade econômica, eventual inflação e, apesar da expectativa de redução da taxa básica de juros (Selic), não sabemos como isso irá afetar a produção e os preços", diz Calife. "Provavelmente veremos também uma diminuição do crédito por conta de medidas de restrição por parte das instituições financeiras."