Os acionistas da Portugal Telecom (PT) e da Oi analisam uma possível fusão entre as empresas, segundo o jornal português Diário Económico. Essa união entre as operadoras tornou-se possível depois do fim da golden share (ação com direitos especiais) do governo português na operadora daquele país, o que aconteceu esta semana.
O plano seria de médio prazo, para ser implementado em pelo menos três anos. Segundo fontes de mercado, essa ideia é defendida por alguns acionistas. O Grupo Ongoing, dono do Diário Económico, tem a segunda maior participação no capital da PT, com 10,05%. O maior acionista é a Capital Research and Management, com 10,09% e o terceiro maior é o Grupo Espírito Santo, com 10,03%. A Oi está em quarto lugar, com 7%.
A PT preferiu não comentar o tema e a Oi informou que o assunto diz respeito aos acionistas. Apesar de a Oi ser controlada pela Andrade Gutierrez e pela La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, seu maior acionista é a PT, que comprou 25,6% de participação direta e indireta na Oi, em março.
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Uma possível fusão entre as duas empresas chegou a ser discutida antes de a PT entrar no capital da Oi, mas, com a golden share do governo português, seria impossível. Segundo uma fonte do mercado, sem a golden share, o processo ainda seria complicado.
A união dependeria de vencer o discurso nacionalista do governo brasileiro, de um aumento de participação da PT na Oi e de uma mudança no estatuto da PT, que limita a 10% a participação dos acionistas em seu capital. Segundo o Diário Económico, outro ponto difícil seria chegar a um acordo sobre as condições, diante da diluição dos acionistas portugueses e brasileiros.
O jornal apontou que vários investidores institucionais estrangeiros estão presentes no capital de ambas empresas porque apostam nesse cenário de fusão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.