Para incentivar o uso de etanol como combustível de veículos, o governo quer que os postos de abastecimento informem diariamente e "em letras garrafais" toda vez que o preço do litro do álcool for mais vantajoso do que o da gasolina para o consumidor. Para o motorista que tem um carro bicombustível, vale a pena abastecer com etanol quando seu preço for o equivalente a 70% do valor da gasolina ou menos.
A estratégia de dar mais visibilidade ao combustível verde está sendo estudada por um grupo de técnicos dos ministérios de Minas e Energia e da Agricultura, além da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A expectativa é de que uma portaria seja publicada em breve com detalhes sobre como deve ser a informação nos postos, como, por exemplo, o tamanho mínimo das letras e localização dos cartazes nos estabelecimentos.
"A informação sobre o preço médio sai nos jornais, mas o consumidor nunca sabe se a diferença vale para aquele posto em que está abastecendo", considerou uma fonte do governo que acompanha de perto a discussão. "Além disso, quem vai abastecer e o próprio frentista nem sempre sabem como fazer a conta ou não têm uma calculadora por perto", acrescentou.
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Outra fonte do governo confirmou que a iniciativa está em estudo já há algum tempo. "É um projeto importante para o consumidor", avaliou. Como a produção da cana-de-açúcar é cíclica, os preços variam muito ao longo do ano. Os consumidores de São Paulo, Mato Grosso e Goiás costumam ser os que têm mais chance de trocar de combustível por causa da proximidade das plantações. Quanto mais distante, menos competitiva fica a relação com a gasolina por causa do custo com o frete.
Enquanto não sai uma decisão nacional, uma série de iniciativas de Câmaras Legislativas municipais e estaduais apresentaram projetos semelhantes, mas com abrangência mais restrita. Um exemplo é o do município de São Paulo, onde um projeto nesse sentido foi apresentado em março do ano passado.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem conhecimento dos projetos isolados, mas que não iria comentar a intenção do governo enquanto não tivesse acesso ao documento com as novas regras.