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Quase diariamente

Preço da carne vermelha dispara no Paraná

Victor Lopes/Folha de Londrina
14 out 2010 às 09:10

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- Folha de Londrina
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Nos açougues e supermercados do Paraná os preços da carne estão subindo quase que diariamente. Uma combinação de fatores que envolve consumidores, produtores, o clima seco e o ciclo pecuário tem contribuído para que a carne bovina esteja entre os produtos mais caros da cesta básica este ano. Dados da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP) - que realiza pesquisas semanais na cadeia produtiva da carne -, apontam que o produto teve uma valorização de 10% no Estado entre janeiro e outubro deste ano. Já a arroba do boi gordo, segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), subiu no último ano em média 21% (com pico de R$ 87), com alguns cortes de primeira atingindo 22% de aumento.

Para José Antonio Fontes, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), o aumento está relacionado diretamente a alguns pontos como a manutenção do consumo, o aumento do abate de fêmeas nos últimos três anos, a prorrogação da seca e a redução do volume de animais tratados em confinamento. ''Todos esses fatores aconteceram simultaneamente, o que é raro. Como a renda do brasileiro está boa, o consumo interno não caiu. Entretanto, a oferta dos animais está aquém da demanda'', explica.

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Já o aumento do abate das fêmeas está diretamente ligado ao ciclo pecuário. Alex Lopes da Silva, consultor de mercado da Scot Consultoria, explica que em 2006 a oferta estava alta e os preços baixos, o que levou os produtores a aumentar os abates de matrizes para diminuir as despesas de produção e, assim, incrementar os ganhos. ''O aumento de preços da carne vermelha atinge todo o Brasil. Agora, o pecuarista tem retido suas fêmeas, mas leva um certo tempo para o ciclo voltar ao normal. A recuperação é lenta e o mercado deve permanecer firme até o final do ano'', ressalta Silva. Só como comparação, o especialista mostra que em São Paulo o aumento foi de 14% e no Rio de Janeiro, 8%.

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Outro fator importante para a valorização do produto são as exportações, inclusive para países com certa tradição na produção de carne vermelha, como a Argentina. ''Tem faltado carne vermelha em todo o mundo, o que faz que até a Argentina queira importar nosso produto. Os preços não vão retornar aos antigos valores no País. O pecuarista esta em processo de recuperação, negociando como em setembro de 2008'', comenta o presidente da ANPBC

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Dentre os cortes que tiveram maior aumento na média do Estado, de acordo com o Deral, estão o alcatra (22%), o contrafilé (18,5%), o coxão mole (14,28%), o patinho (13,92%) e o acém (14,33%). ''Os números relacionados ao aumento da arroba do boi são significativos, mas o consumidor não deixa de consumir a carne vermelha, é um hábito do brasileiro. Não podemos dizer se a arroba do boi vai subir ainda mais, já que não sabemos como o clima vai se comportar'', completa Adélio Borges, consultor de bovinocultura de corte do Deral.





Em Londrina, reajuste chega a 26%

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Bem diferente dos números do Paraná, o aumento da carne vermelha em Londrina atingiu um espantoso reajuste médio de 26% entre janeiro e outubro. A pesquisa é realizada mensalmente em nove supermercados da cidade por estudantes da Faculdade Pitágoras, coordenada pelo professor e economista Flávio Oliveira dos Santos. Os números do município levam em conta apenas o quilo do coxão mole, o que explica um pouco a diferença com os dados estaduais.


Entretanto, os proprietários de açougue do município têm realmente que lidar com as mudanças de preços praticamente diárias nas últimas semanas. Paulo Caetano Magro é proprietário da Casa de Carnes do Lago, localizado no Jardim Cláudia (Zona Sul). ''Está complicado, a qualidade do produto caiu e os preços subiram'', avalia o comerciante.

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Magro aponta alguns exemplos como o filé mignon - que ele costumava a pagar de R$ 15 a R$ 17 o quilo e agora tem comprado por R$ 23,30 - e o próprio coxão mole, que subiu de R$ 13 para R$ 16 no atacado. ''O consumidor ainda não está comprando menos, está mantendo o mesmo nível de produtos, mas se continuar dessa forma vai ficar difícil daqui pra frente'', opina.


No entanto, em alguns locais da cidade a redução do consumo já é sentida. Segundo Marcelo Alvim Dias, gerente da Casa de Carnes Prosperidade (Zona Norte), a redução das vendas foi significativa. ''Houve uma queda de 30% nas vendas, principalmente no que diz respeito às carnes nobres, na qual é um mercado diferenciado. Os preços têm oscilado semanalmente'', salienta.


Ele diz ainda que o volume de venda da picanha, por exemplo, caiu drasticamente, mas que vai ter que estocar carnes ''de primeira'' para suprir a demanda de final de ano. ''Na época de festas, os clientes gastam muito mais, por isso já temos que estocar a partir de agora alguns produtos. Certamente os preços vão continuar altos até lá'', completa.

O economista Flávio Oliveira comenta que os ajustes nos preços da carne vermelha começaram a ter maiores mudanças a partir de junho.''Os consumidores têm que pesquisar preços e encontrar promoções durante a semana. Com a renda crescendo dessa forma, o pessoal acaba comprando e os preços não caem'', finaliza


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