O valor da cesta básica para uma pessoa em Londrina teve leve queda de 0,3% em setembro, ao fechar em R$ 382,65 ante os R$ 383,69 em outubro. Os produtos que mais puxaram o preço para baixo foram batata (-20,5%), leite (-15,0%) e feijão (-6,7%), enquanto houve altas significativas em itens como banana (27,2%), o açúcar (2,4%), e o arroz (1,9%), conforme pesquisa mensal coordenada pelo economista Marcos Rambalducci, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Para uma família com duas crianças e dois adultos, o valor ficou em R$ 1.147,96. Apesar da leve queda, os preços continuam em alta de 7,9% desde janeiro e de 27,9% quando considerados os últimos 12 meses. O levantamento é feito com 13 produtos, em dez supermercados de todas as regiões da cidade, sem considerar marcas, mas sempre pelo item de menor valor.
Rambalducci explica no relatório que a entrada da safra da batata normalizou a oferta do produto, o que levou à baixa nos preços. No caso do leite, a redução é uma tendência após a explosão dos preços em junho e, também, pela redução nos preços da alimentação do gado. No caso do feijão, há a perspectiva de entrada da terceira safra.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Pelo lado dos produtos com valor em alta, a banana ainda sofre com a demora na maturação da fruta, causada pelo inverno. O açúcar vive um momento de crescimento na demanda internacional, o que eleva a cotação da commodity e o preço interno. Já o arroz sofre influência de baixas na safra, conta o economista.
Focus
Após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) pelo Banco Central, na semana passada, os economistas do mercado financeiro reduziram levemente suas projeções para a inflação em 2016. O Relatório de Mercado Focus divulgado ontem mostra que a mediana para o IPCA (índice oficial de inflação) este ano passou de 7,25% para 7,23%. Há um mês, estava em 7,34%. Já o índice para o ano que vem permaneceu em 5,07%. Há quatro semanas, apontava 5,12%.
No RTI, o BC atualizou suas projeções para a inflação e, pela primeira vez, estimou que o IPCA pode fechar 2017 abaixo de 4,5% (centro da meta de inflação perseguida). Conforme o RTI, a inflação pelo cenário de referência do BC, que considera a Selic (taxa básica de juros da economia) em 14,25% ao ano e câmbio a R$ 3,30, ficará em 7,3% em 2016, 4,4% em 2017 e 3,8% em 2018. Para boa parte do mercado financeiro, estas projeções indicam que o BC está perto de iniciar o ciclo de cortes da Selic.
Administrados
O Relatório Focus mostrou também mudanças nas projeções para os preços administrados para o ano que vem, mas manutenção para 2016. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano seguiu em 6,20%. Para o próximo ano, a mediana foi de alta de 5,45% para avanço de 5,50%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,20% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,30% em 2017.
No RTI divulgado na semana passada, o BC projetou que os preços administrados terminarão 2016 com alta de 6,2%, tanto no cenário de referência - que utiliza uma Selic a 14,25% e o câmbio a R$ 3,30 - quanto no de mercado.