O preço do etanol está em queda no Paraná e na capital, mas em Londrina permanece estável nas últimas quatro semanas. A previsão é que os valores cobrados nas bombas caiam ainda mais. A principal explicação é o período de safra de cana-de-açúcar que tem previsão de 27,5 bilhões de litros para o Brasil, volume superior aos 23,5 bilhões produzidos no ano passado. A tendência é que os preços permaneçam menores até outubro.
A pesquisa semanal de preços realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontou que o preço médio do litro do álcool no Estado caiu nas últimas quatro semanas de R$ 1,54 para R$ 1,45 ou 5,8%. Em Curitiba, este combustível que era vendido, em média, a R$ 1,52 caiu para R$ 1,40 ou 7,8% de queda. Em Londrina, os preços permaneceram estáveis em R$ 1,67 ao longo de todo o mês de maio.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, disse que Curitiba é ''uma praça singular'' para o mercado de combustíveis onde muitos revendedores ''dão de presente'' o produto para o cliente, ou seja, vendem o álcool quase sem margem de lucro. Em relação a Londrina, ele disse que os preços já tinham caído anteriormente e que não há nenhuma anormalidade em relação ao restante do Paraná.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
A pesquisa Cepea/Esalq relativa a preços nas usinas em São Paulo, mas com valores muito próximos aos do Paraná, apontou que o litro do álcool hidratado combustível tem caído e passou de R$ 0,74 no final de abril para R$ 0,70 no fim de maio.
O superintendente da Associação dos Produtores de Bionergia do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias, disse que o preço do produto vem caindo nas usinas do Estado. O comportamento do valor do álcool nos próximos meses vai depender do clima. ''Se começar a chover muito, as usinas não conseguem produzir bastante, diminui a oferta e o preço sobe'', disse. Hoje, o Estado conta com 30 usinas.
A previsão é que a gasolina também tenha alguma queda caso o preço do etanol continue caindo. Isso porque a gasolina tem 25% de álcool anidro na sua composição. Ele destacou ainda que o preço do combustível varia de acordo com o preço de custo.
Em Curitiba, o preço do litro da gasolina caiu de R$ 2,47 para R$ 2,42, o que significa uma redução de 2%. Em Londrina, permaneceu estável no último mês em R$ 2,57. Na média do Estado, o litro do produto caiu de R$ 2,49 para R$ 2,46, uma redução de 1,2%.
O que pode provocar alguma alteração nos preços para o consumidor ainda é a negociação salarial dos frentistas que têm data-base em 1º de maio. Os trabalhadores querem um reajuste salarial de 19%, vale-alimentação de R$ 10,00, piso salarial de R$ 670 mais 30% de periculosidade. O sindicato patronal ofereceu um reajuste de 7,7%, vale-alimentação de R$ 9,00. Hoje, o piso salarial da categoria é de R$ 561,50 mais 30% de periculosidade.
No Paraná, o preço do etanol está competitivo em relação a gasolina, ou seja, vale mais a pena abastecer com álcool já que o valor médio está abaixo de 70% do preço da gasolina.