Londrina tem o preço médio da gasolina mais caro do que 21 de 30 cidades do Paraná pesquisadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Aqui, segundo a agência, o preço médio da gasolina é de R$ 2,51, mas pode ser encontrada dos postos por valores entre R$ 2,42 e R$ 2,54. Quanto ao álcool, a situação de Londrina é ainda mais grave: o preço aqui só não é mais alto do que em quatro municípios pesquisados pela ANP.
O preço médio da gasolina também é mais barato nas cidades próximas, como Cambé (R$ 2,43), Arapongas (RS 2,43) e Apucarana (R$ 2,46). Em Curitiba, o litro da gasolina custa em média R$ 2,35; em Maringá, R$ 2,47, e em Foz do Iguaçu, R$ 2,43.
Nos postos de Londrina, o litro do álcool é vendido entre R$ 1,42 e R$ 1,59, perfazendo um preço médio de R$ 1,56. Com isso, a cidade tem o quarto preço mais alto do Paraná, ficando atrás apenas de Almirante Tamandaré, Cascavel, Castro e União da Vitória.
Preocupado com a discrepância de preços, principalmente entre Londrina e as cidades próximas, o vereador Gerson Araújo (PSDB) convidou o coordenador do Procon de Londrina, Flávio Caetano de Paula, para explicar na sessão da Câmara desta quinta-feira (26) quais as atitudes possíveis do órgão para ajudar o consumidor.
"Em qualquer cidade da região, o combustível é mais barato. Em Londrina, vivemos numa ilha de preços altos", disse o vereador. "Isso é reflexo do grande cartel que existe aqui", acusou Araújo. O vereador disse que a Câmara certamente nada poderá fazer para resolver o problema, mas "é uma tribuna onde as coisas têm bastante divulgação". "Com isso, esperamos que a comunidade possa nos ajudar a fiscalizar".
Para o vereador, talvez, comprando menos e escolhendo o posto com o preço mais baixo, seria possível dar uma resposta ao setor de revenda.
Durante a sessão, Flávio Caetano admitiu que a média do Estado é inferior à média de Londrina, e garantiu que o Procon local está tomando providências para identificar a motivação da diferença de preços. Uma das explicações, segundo Caetano, está nos rigores da legislação municipal, que "impede a abertura de novos postos de combustíveis em determinadas áreas, o que aumentaria a concorrência, resultando na diminuição dos preços".
Flávio apresentou os resultados de operações como a "Medusa III", que em agosto de 2007 chegou a prender donos de postos de combustíveis suspeitos de formação de cartel. "Ligações interceptadas por escutas telefonicas comprovariam a existência, mas ainda não se sabe se isso pode ser usado judicialmente. Investigações existem, mas infelizmente não há conclusão destes trabalhos".
Segundo o coordenador do Procon, em 130 municípios brasileiros está sendo investigada a formação de cartel pela Secretaria de Direito Econômico.
(Atualizada às 16h10)