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Inflacionado

Preço dos alimentos assusta consumidor

Diogo Cavazotti/Folha de Londrina
18 nov 2010 às 09:58

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A carne vermelha tem estado mais distante da mesa da empregada doméstica Marinês Jordão Ela sentiu o aumento do preço há mais ou menos um mês Para driblar a alta, tem escolhido o frango e a carne de porco Na hora de fazer a feira, também percebeu que algumas frutas estão com valores mais salgados, assim como o leite ''Tem que usar a criatividade na mesa para fugir do preço alto'', conta

Dados apresentados na última terça-feira pela pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, mostram que o fantasma da inflação ronda o bolso do brasileiro nesse final de ano O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta que os produtos alimentícios tiveram alta de 1,89% no último mês E os valores não devem baixar tão cedo Historicamente, dezembro é um mês em que os alimentos não diminuem de preço por conta das festas de final de ano

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Para o coordenador do curso de Economia da FAE, Gilmar Mendes Lourenço, o término do ano é o fator menos importante para este aumento no preço, já que é uma área bastante sensível ao mercado internacional e ao calendário das estações ''Nós estamos vivendo um período de entressafra no Brasil Como tivemos um inverno rigoroso, o custo da pecuária é mais alto devido aos custos de produção A tendência é que o mercado aproveite o crescimento da economia para elevar o preço final'', diz

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Outro aspecto apontado pelo economista é a demanda internacional por produtos primários, principalmente por parte dos países asiáticos ''Enquanto a China estiver comprando tudo em commodities, vai ser difícil haver redução no preço dos alimentos''

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Este mercado também tem sido instrumento de aplicação Os ativos financeiros deixaram de ser atrativos para os grandes conglomerados internacionais e há uma forte migração para a aplicação de commodities do setor Isso puxa para cima a cotação dos alimentos


''É muito difícil que haja uma reversão nestes preços Tirando a questão climática, os outros fatores são externos à economia brasileira e devem permanecer durante o primeiro semestre de 2011'', opina Lourenço

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Segundo o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, os preços dos produtos alimentícios, principalmente de carnes, leite, frutas e cereais, são sazonais Portanto, sistematicamente, é comum que haja variação de valores em determinados períodos ''Um exemplo disso é a carne Com a seca e a crise econômica a demanda mundial diminuiu Mas estes fatores foram eliminados O mercado externo cresceu, a aftosa está equacionada, sobretudo no Paraná, e esses fatores fizeram aumentar a demanda pelo produto Isso fez com que o preço aumentasse''


Rovaris acredita que a tendência é que o valor se estabilize, mas isso vai depender do mercado internacional ''A longo prazo, desde 1994, o preço dos alimentos subiu metade da inflação média Esse significativo índice contribuiu inclusive para evitar o aumento da inflação'', diz.

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Alta dos produtos já supera a inflação


Os alimentos subiram mais que a inflação neste ano A pesquisa do IPCA realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que de janeiro a outubro, alimentos e bebidas tiveram alta de 6,58% contra o índice de inflação que ficou em 4,38% Depois de Curitiba ter registrado a maior variação da cesta básica do País em outubro - com índice de 5,78% - agora, a tendência é que os alimentos continuem subindo em novembro, mas em patamar inferior a outubro Até o mês passado, a entressafra, a estiagem e problemas climáticos puxaram os preços para cima

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A partir de dezembro ou início de janeiro deve iniciar uma desaceleração dos preços dos produtos alimentícios com o começo da safra para algumas culturas como batata, tomate e outros hortifrutigranjeiros Em dezembro de 2009, por exemplo, a variação de alimentos e bebidas foi de +0,24% As informações são do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva


Outra tendência para dezembro é que os importados segurem os preços por conta do real mais valorizado frente ao dólar Ele acredita que os alimentos tenham desaceleração de preços com a entrada da safra de alguns produtos A estimativa é que a cesta básica também tenha deflação em dezembro ou janeiro


A previsão do mercado é que inflação feche o ano em 5,48%, acima da meta do Banco Central estabelecida em 4,5% (IPCA) Possivelmente, os alimentos devem subir acima do índice de inflação e fechar o ano com alta de 7% a 8% Silva acredita que a partir de dezembro ou janeiro os alimentos podem começar a desacelerar a inflação

Nos produtos natalinos, com exceção das carnes, o superintendente da Apras, Valmor Rovaris, diz que a tendência é que os preços fiquem no mesmo nível de 2009 A previsão de Natal para este ano é favorável, não esquecendo da entrada do 13º salário, destinado em grande parte para aquecer a economia ''Apesar de todo o aumento que a carne teve, não houve redução no consumo Isso é um indicativo de que o brasileiro está com mais dinheiro no bolso'', opina Rovaris Já Silva, prevê que a indústria e o varejo aproveitem o período de Natal para aumentar os preços de produtos sazonais como aves e panetones. (Andréa Bertoldi/Equipe Folha)


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