As seguradoras que aproveitaram o conforto financeiro propiciado pela alta dos juros para ganhar market share no ramo de automóvel sendo mais agressivas em preço já estão tirando o pé do acelerador e retomando uma postura de maior cautela. Sustenta esse movimento, segundo executivos ouvidos pela reportagem, pressões vindas por parte do aumento dos índices de roubo em grandes capitais, principalmente no período de Copa, inflação elevada no segmento de peças e maior requerimento de capital devido às regras de solvência no setor.
Depois de um ano de muita concorrência no mercado de seguros de automóveis, com algumas companhias praticando preços abaixo da própria média de mercado, a expectativa é de que os consumidores paguem mais caro nas renovações das apólices em 2015. Dentre os players que apresentaram os crescimentos mais agressivos, segundo números do mercado, estão as japonesas Mitsui Sumitomo e Tokio Marine e a Bradesco Seguros com taxas superiores a 30% no acumulado do ano até outubro.
Apesar de alguns casos fora da curva, a maior concorrência associada à queda nas vendas de veículos neste ano fez com que o desempenho do setor de seguros de automóveis desacelerasse o ritmo de expansão para menos da metade. De janeiro a outubro, os prêmios do segmento totalizaram mais de R$ 26 bilhões, montante 7,7% maior ante igual intervalo do ano passado. Em 2013, segundo dados da consultoria Siscorp, o setor cresceu 19%. "Com o mercado crescendo 7,7% e a sinistralidade 15% fica claro que de fato estamos com um desequilíbrio. Avanços muito acelerados são preocupantes, mas o cenário não é para guerra de preços em 2015", avalia Marcelo Sebastião, diretor de auto da Porto Seguro.
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Para 2015, a expectativa da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), de acordo com o executivo, é de que os prêmios de seguro automóvel mantenham o ritmo de crescimento e avancem ao menos 8%, impulsionados por preços em patamares mais "razoáveis" e pelo cenário de ajustes pelo qual o Brasil passará em 2015. "O mercado de seguros de auto cresce bastante em períodos de crise porque as pessoas ficam preocupadas em proteger seu bem. Há oportunidades para crescer", acrescenta.