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Retomada do crescimento

Presidente do Bradesco reitera importância de ajuste fiscal ser aprovado

Agência Estado
06 abr 2015 às 16:52

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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 6, que o ajuste fiscal que está sendo promovido pelo governo não é "uma solução em si", mas é um meio pelo qual se poderá criar bases para a retomada do crescimento da economia brasileira . Além disso, destacou, o ajuste ajudará a reconquistar a credibilidade em relação à economia do País.

"A economia brasileira está em processo de transição. Quando chegarmos em dezembro poderemos comemorar bases e não o PIB", destacou, lembrando que são essas bases, que estão sendo construídas, segundo ele, reequilibrando diversos fatores da economia, que poderão ajudar a se criar um ambiente mais propício ao crescimento da economia do País em 2016.

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Trabuco disse que o ajuste fiscal tem senso de urgência e que é preciso "apertar o passo". "Agora é hora de decidir, de homologar", destacou, reiterando a importância de que o pacote do ajuste seja aprovado pelo Congresso, mas afirmou estar otimista de que isso ocorra.

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Rito de passagem

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Trabuco afirmou que ficou para este ano o desafio do rito de passagem para que em 2016 o País possa enfrentar uma agenda diferente. "Quando chegarmos em dezembro de 2015, não comemoraremos um PIB, mas o fato de termos feitos uma série de atividades, tomado atitudes e mudanças de métodos para enfrentar uma agenda diferente em 2016", observou Trabuco no discurso de abertura do Brazil Investment Forum, evento realizado pelo Bradesco.


"Temos missões difíceis e complexas, um processo de reinvenção e superação, temos de apertar o passo, e a equipe econômica tem capacidade reconhecida, técnica e de trabalho, para corrigir os problemas da política anticíclica dos últimos anos", acrescentou o executivo do Bradesco.
Ele destacou que no cenário econômico de 2014 o País foi premido por um calendário nada trivial, marcado pela Copa e pelas eleições presidenciais, "que foi a vitória da democracia e que nos deu a expectativa de um novo governo que resolvesse as questões que ficaram em aberto". Entre essas questões, continuou, o desequilíbrio do peso relativo da economia que gerou "uma promissória".

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O presidente do Bradesco ressaltou que não existe plano B ou plano C para a solução dos problemas do Brasil e que o plano é o que o governo apresentou. "O que existe é restaurar a confiança para que o País possa se superar. A meta de superávit fiscal é factível, assim como a política fiscal, que possibilite um controle da inflação capaz de derrubar o juro para que não se criem problemas e o ônus ao Tesouro", disse.


Congresso

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Trabuco mostrou também confiança na capacidade de negociação do governo com o Congresso. "A nossa torcida é de entendimento entre o Executivo e o Legislativo e a nossa percepção é que o Congresso não irá voltar as costas para a necessidade do País", comentou no discurso. Trabuco pontuou ainda que o Brasil "está nos trilhos" e que a agência de classificação de risco Standard & Poor's deu um voto de confiança de que as medidas estão no caminho correto.


O executivo mencionou ainda que o tripé de sustentação da economia voltou a funcionar, citando que a mudança do real face ao dólar criou alento aos exportadores, reduzindo os gastos dos brasileiros no exterior, encaminhando-se para um ajuste do balanço de pagamento.

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"Por isso, diante de tantas incertezas e dificuldades, o governo terá de tomar decisões estratégicas", ressaltou. Trabuco lembrou, no entanto, que a economia tem dinamismo e capacidade rápida de resposta, apontando para a safra agrícola. "Temos vantagens comparativas com o mundo, que podem nos dar vantagens competitivas", disse. "Seja qual for o cenário da trajetória, temos uma agenda positiva."


Ele disse ainda que o Bradesco não tem nenhum constrangimento em operar o crédito, mas que existem certos riscos que o banco não pode sofrer, enquanto há outros que não se pode deixar de correr. "São momentos difíceis, que chamo de ambiguidade, mas entender esse processo nos dá vantagens", concluiu.

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Construção civil


Para Trabuco, o setor de construção civil brasileiro tem grande espaço para geração de emprego e de riqueza. Ele destacou que o crédito imobiliário não chega a 10% do PIB e que tal indicador indica a perspectiva de expansão da atividade de construção civil. "Vemos o setor da construção civil com muito otimismo. É um setor que tem espaço grande de geração de emprego e riqueza. O Brasil tem déficit de construção civil. A baixa penetração do crédito imobiliário demonstra o espaço para a criação de valor", afirmou.

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BR Distribuidora


Trabuco negou que a instituição financeira tenha interesse em adquirir fatia da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. "Nós temos respeito pela Petrobras, ela tem um papel fundamental para o Brasil, somos banqueiros da Petrobras. Mas como ativo para o Bradesco (a BR Distribuidora), não. Se estamos assessorando? Muito menos", disse em conversa com jornalistas.

"O que estamos fazendo para ajudar a Petrobras é ver como ela poderia vender um lote, como poderia transformar esse ativo", destacou.


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