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Otimismo?

Presidente mundial da Shell diz ter confiança no clima de investimento no Brasil

Agência Estado
23 abr 2015 às 14:59

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O presidente mundial da Shell, Ben van Beurden, disse nesta quinta-feira, 23, que as manchetes dos jornais de hoje referentes ao balanço da Petrobras são desconfortáveis, mas avaliou que a estatal brasileira sairá da crise. Disse também ter confiança no clima de investimentos no Brasil. Mesmo assim, Beurden admitiu que a sucessão de escândalos na Petrobras fez a anglo-holandesa Shell examinar com "muita atenção" os "possíveis riscos" para o projeto de exploração de petróleo no Campo de Libra. Em outubro de 2013, o consórcio formado por Petrobras, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell arrematou a área do Campo de Libra.

As declarações do presidente mundial da Shell foram feitas em coletiva de imprensa depois de audiência de uma hora e trinta minutos com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, no Palácio do Planalto.

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"Claro que as manchetes de hoje (referentes à divulgação do balanço da Petrobras) são desconfortáveis, mas o fato é que temos trabalhado por muitos anos com a Petrobras em nossa parceria. Vemos a Petrobras como uma empresa muitíssimo competente, muitíssimo talentosa e muitíssimo forte no que se refere ao desenvolvimento de projetos em sua área de atuação", comentou Ben van Beurden.

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A visita de Ben van Beurden ocorre um dia depois de a Petrobras reconhecer em seu balanço financeiro de 2014, divulgado ontem, uma perda de R$ 6,194 bilhões por causa de gastos relacionados à corrupção, feitos de 2004 a 2012, e identificados nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

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"Eu pessoalmente tenho 100% de confiança e certeza que a Petrobras sairá do atual episódio e entendo que sairá mais forte como empresa no futuro", comentou o presidente mundial da Shell.


Riscos

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Segundo Beurden, a Shell levou "plenamente em conta" o potencial impacto das denúncias de corrupção sobre as atividades em desenvolvimento, como no projeto de Libra.


Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se a situação delicada da Petrobras não poderia comprometer a parceria na exploração de Libra, Beurden respondeu: "Dada a forma como o escândalo se desdobrou, temos por isso examinado com muita atenção os possíveis riscos para o projeto de Libra, e também para outros projetos da carteira da BG (British Gas) no Brasil."

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A aquisição da BG pela Shell, por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 69 bilhões), foi anunciada no início deste mês. Ao adquirir a petroleira britânica BG, a anglo-holandesa Shell passou a responder, da noite para o dia, por 16% da produção atual no pré-sal brasileiro e por 6% da produção nacional de petróleo e gás. Com a união entre as duas companhias, a nova gigante europeia do setor energético prevê que será a "principal parceira" da Petrobras no País, com uma produção que pode ser multiplicada por dez até o fim da década.


"Temos confiança no clima de investimentos no Brasil, confiança na base de recursos do Brasil. O Brasil é um parceiro forte, estratégico para nós. Esperamos que se tornará um País ainda mais estrategicamente posicionado com a recente aquisição da BG (British Gas) pela Shell", ressaltou Beurden, destacando o interesse em uma parceria da Shell com a Petrobras. Na avaliação de Ben van Beurden, a parceria da Shell com a Petrobras vai durar "por muitas décadas por vir".

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"Informei a presidente Dilma sobre os planos da Shell para o Brasil, externei a ela nossa confiança no setor brasileiro, continuamos com nossos planos de investimento no Brasil para o longo prazo", comunicou.


Pré-sal


Para o executivo, os recursos do pré-sal no Brasil são "uns dos melhores" do mundo. "Estamos confiantes sobretudo nas operações conjuntas em andamento no Campo de Libra, e antecipamos com muito interesse, senso de respeito mútuo, nossos investimentos futuros com a empresa. Desejamos aprofundar nossa relação de trabalho com a Petrobras na medida em que temos um conjunto de habilidades técnicas complementares, as duas empresas trazem complementos no que se refere ao perfil técnico de cada uma", disse Beurden.

Em relação à queda no preço do petróleo, o presidente mundial da Shell reconheceu que o atual valor suscita "alguma dificuldade se comparado ao preço de um ano atrás", mas afirmou que, a médio prazo, acredita que os "fundamentos do mercado vão se estabelecer, de modo a permitir preços mais altos".


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