Após registrar dez altas consecutivas, a produção industrial brasileira caiu 0,2% em novembro frente a outubro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com novembro de 2008, contudo, a indústria cresceu 5,1%, interrompendo uma sequência de 12 meses de resultados negativos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De janeiro a outubro, a produção industrial acumulou crescimento de 19,4%, com taxas positivas em todos os meses. Já no acumulado dos 11 primeiros meses de 2009, ante o mesmo período de 2008, a produção industrial registrou queda de 9,3% e, nos últimos 12 meses até novembro do ano passado, também na comparação com 2008, a queda acumulada foi de 9,7%.
Segundo o IBGE, o setor de veículos automotores foi um dos principais responsáveis pela leve queda da produção industrial em novembro ante outubro. O segmento registrou queda de 2,2% na comparação com o mesmo mês de 2008, após acumular expansão de 107,6% nos dez primeiros meses de 2009.
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Entre as categorias pesquisadas, o pior resultado ante mês anterior foi registrado em bens de consumo duráveis (-4,8%), que, segundo o economista da coordenação de indústria, André Macedo, foi puxado exatamente pela produção de automóveis. "A queda na produção em novembro ante outubro é explicada pelo desempenho da categoria de bens duráveis, sobretudo automóveis", disse.
Já a produção do setor de bens de capital (que engloba máquinas e equipamentos) registrou em novembro o oitavo aumento consecutivo ante o mês anterior, com alta de 6,1% na comparação com outubro. Na comparação com novembro de 2008, o segmento manteve desempenho negativo, desta vez de -2,5%. O resultado, contudo, mostra uma redução no ritmo de queda, já que em outubro a produção do setor despencou 16,8%.
Os bens intermediários, por sua vez, registraram em novembro, ante outubro, alta de 2,1% e os bens de consumo semi e não duráveis, recuo de 0,6%. Ante novembro de 2008, os duráveis registraram alta de 26,3%; os intermediários tiveram aumento de 5,2% e os semi e não duráveis, alta de 1,8%.
Considerado o principal indicador de tendência, o índice de média móvel trimestral da produção industrial registrou aumento de 1,2% no trimestre encerrado em novembro ante o terminado em outubro. Em outubro, o índice havia registrado uma alta de 1,8% ante o trimestre encerrado em setembro.
Os resultados da produção industrial brasileira vieram dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que variavam, para a comparação com outubro, entre uma taxa negativa de 0,80% e um crescimento de 1,80%, com mediana positiva de 1,00%. Já ante o mesmo mês do ano passado, as projeções variavam de alta de 4,30% a 7,50%, com mediana de 5,70%.