Com preços mais atraentes, a colheita da mandioca no Paraná está mais adiantada neste primeiro semestre, atingindo 60% da área em junho. Na primeira semana de julho a raiz estava sendo comercializada a R$ 389,00 a tonelada, enquanto a média de preços pagos ao produtor no ano passado foi de R$ 175,00/tonelada, segundo levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
A reação positiva dos preços recebidos pelos produtores este ano foi em função da menor oferta, causada pela redução de 8% na área plantada em relação ao ano passado. "Na safra 2014/2015 os produtores tiveram uma remuneração muito abaixo dos custos de produção, o que provocou o recuo no plantio deste ano", explica o economista Methódio Groxko, do Deral.
O Paraná é o segundo maior produtor nacional, com uma produção 3,7 milhões de toneladas nesta safra e primeiro produtor em fécula, tendo produzido 520 mil toneladas no ano passado. Segundo Groxko, a área plantada este ano, de 132 mil hectares, foi a menor dos últimos anos e em setembro do ano passado o produtor comercializou a tonelada a R$141,00, muito abaixo do custo de produção. As principais áreas produtoras estão nas regiões de Paranavaí, Campo Mourão, Umuarama e Toledo.
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O crescimento da demanda de farinha pelos atacadistas nordestinos e a alta do milho também influenciaram a elevação dos preços. "A tendência é de uma alta mais expressiva ainda a partir do segundo semestre, pois de acordo com as estimativas levantadas junto ao setor produtivo e as indústrias poderá haver escassez de matéria-prima", avalia o economista do Deral.
Nova safra
Na avaliação dos técnicos e produtores, o plantio da nova safra, que começou em maio e vai até outubro, está enfrentando problemas de escassez de maniva-semente de boa qualidade, devido ao excesso de chuvas no inicio do ano.
A liberação de recursos para o custeio aos produtores também deverá ser um problema para a nova safra. "Muitos produtores tiveram dificuldade em saldar suas dívidas com os bancos devido aos preços baixos da última safra. Agrega-se ainda a esse fator o alto preço de arrendamento da terra", explica Groxko.