O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, considera que a nova redução da taxa de juros, somada às recentes medidas de estímulo à economia, abre caminho para que o governo federal avance na realização das reformas estruturantes necessárias para o crescimento sustentado do país. "A redução dos juros ao patamar mais baixo da história é mais um sinal de que vivemos um bom ambiente para que sejam atendidos os clamores da sociedade. O momento é propício para que o governo adote ações mais ousadas e inicie o processo de reformas de que o Brasil tanto precisa, como a tributária e fiscal", afirma.
Na noite de quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a redução de meio ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que passou a ser de 8,5%. O índice é o mais baixo da série histórica, iniciada em 1986. "Essa decisão é muito bem recebida pelo setor produtivo e está de acordo com a preocupação que a presidenta Dilma e sua equipe econômica já vinham demonstrando ao anunciarem as recentes medidas de estímulo à indústria", diz Campagnolo. "Apesar disso, continuamos com taxas de juros reais entre as mais altas do mundo e há espaço para novas reduções".
O presidente da Fiep ressalta ainda que o fato de a Selic ter chegado a 8,5% , disparando o gatilho que reduzirá o rendimento da poupança, não deve afetar a economia nacional e nem a credibilidade do governo. "A decisão do Copom de forma alguma despreza a poupança interna, mas valoriza o setor produtivo. O governo fez um jogo aberto e foi transparente ao alterar as regras de rendimento da poupança", conclui Campagnolo.