A Pimco, maior gestora de bônus do mundo, com US$ 1,9 trilhão em ativos, prevê uma aceleração do crescimento mundial em 2015, puxada pela queda dos preços do petróleo. A expansão, porém, será marcada por grandes diferenças entre os países e a avaliação é de que o Brasil pode sofrer com a queda dos preços da commodity, de acordo com um relatório da gestora.
O relatório foi produzido a partir de uma conferência interna de economistas e gestores da Pimco este mês que contou com apresentação do ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke. No evento, ele avaliou que as perspectivas para a economia dos EUA em 2015 são positivas e há crescentes evidências de que a recuperação da atividade econômica ganha força.
A projeção da Pimco é que a economia mundial deve crescer 2,75% em 2015, acima dos 2,5% previstos para este ano. "A expansão pode surpreender positivamente em 2015, mas a dinâmica de crescimento será amplamente diferente entre os exportadores líquidos de petróleo e os importadores", afirma a Pimco. Enquanto os EUA podem crescer ao redor de 3%, a zona do euro deve avançar 1% e a China se expandir 6,5%. Para um grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e México, a projeção é de avanço médio de 2%.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Os principais beneficiários do petróleo mais barato serão Estados Unidos, Japão, Índia, China e a zona do euro. "Rússia e, em uma menor extensão, o Brasil podem sofrer com declínio dos preços", afirma o estudo, sem entrar em maiores detalhes.
Nos EUA, a previsão da Pimco é que o Fed eleve a taxa de juros entre junho e setembro do ano que vem. Com isso, 2015 será marcado por divergências de política monetária no mundo, com os EUA normalizando sua estratégia e a zona do euro e Japão com mais estímulos, destaca o relatório.
A queda do petróleo, de acordo com os especialistas da Pimco no segmento, foi em 70% puxada por um aumento de oferta da commodity, principalmente nos Estados Unidos e no Oriente Médio. Já as economias enfraquecidas da zona do euro e a desaceleração da China contribuíram para pressionar a demanda, que mesmo assim ainda acabou crescendo, destaca o relatório.
Os preços menores da commodity devem reduzir a inflação ao redor do mundo. A Pimco prevê que, nos países desenvolvidos, a inflação pode ir para o terreno negativo em boa parte de 2015 e se recuperar no final do ano que vem ou começo de 2016.