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Retraiu 0,2%

Queda do PIB reflete incertezas do início do ano, diz ministro da Fazenda

Agência Brasil
29 mai 2015 às 17:39

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- Reprodução
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (29), no Rio de Janeiro, que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano que mostrou recuo de 0,2% em relação ao trimestre anterior e queda de 1,6% em comparação a igual trimestre do ano passado retrata o momento de incertezas que vigoravam no início de 2015. "Tinha gente que tinha dúvidas quanto à economia brasileira, qual rumo que a economia ia tomar".

Levy assegurou, entretanto, as coisas mudaram. As incertezas em relação ao abastecimento de água e energia foram superadas, bem como dúvidas sobre a possibilidade de rebaixamento do grau de investimento do Brasil e mesmo de a Petrobras não conseguir divulgar o seu balanço auditado referente a 2014.

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"Havia muita incerteza quando o ano começou e isso, evidentemente, afetou a atividade econômica. De lá para cá eu acho que a confiança mudou. Nós vencemos esses desafios mais imediatos: o Brasil manteve o seu investment grade (grau de investimento); a Petrobras publicou o seu balanço, está fazendo uma série de ajustes lá, enquanto a produção de petróleo continua crescendo. E na parte de energia a gente vê, inclusive, os reservatórios na Região Sudeste hoje com 35% [de capacidade], até porque com o realinhamento de preços também a própria população teve mais indicações para reagir à menor quantidade de água que a gente teve no ano passado", disse o ministro.

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Perguntado sobre a possível venda da BR Distribuidora para ajudar nos investimentos da Petrobras, o ministro esclareceu que esse não é um assunto vinculado à pasta da Fazenda. Apesar disso, avaliou que a administração da Petrobras está fazendo um trabalho de renovação importante. Acrescentou que "a produção de petróleo vem aumentando, o pré-sal é uma realidade, é uma vitória da engenharia brasileira".

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Levy ressaltou que o governo continua empenhado em mudar a dinâmica de incerteza que existia no país no início deste ano. "É importante a gente mudar isso, fazer o ajuste". Lembrou que boa parte do ajuste fiscal já foi votada no Congresso Nacional e que passada essa primeira fase ainda há muito por fazer.


O ministro destacou que o governo está tomando medidas para manter e reanimar a economia em algumas áreas. Citou, entre elas, a liberação de mais de R$ 20 bilhões para a construção civil.

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Levy disse que na próxima semana a presidenta Dilma Rousseff anunciará um plano de safra "ambicioso", considerado importante para a retomada do crescimento econômico. Ele ressaltou que o câmbio também é uma indicação positiva para que a indústria retome os investimentos e contribua para o aumento das exportações.


"Estamos tomando uma série de ações para a economia retomar o fôlego, o caminho", ressaltou Joaquim Levy. Os resultados obtidos nos primeiros meses de 2015 já mudaram a percepção negativa que afetou o PIB no começo do ano, avaliou. "Agora, abre perspectivas novas, inclusive na parte de concessão, que é fundamental para o Brasil ser mais competitivo, ter um custo menor e a gente poder realmente crescer".


Segundo Levy, a concessão pode ajudar as empresas a retomarem o investimento que tem caído há vários trimestres consecutivos. As medidas que estão sento tomadas visam criar um clima favorável ao investimento, reiterou. O ministro ponderou que o investimento privado tem um timing próprio. "As pessoas têm que ter aquela confiança para poder botar o seu dinheiro. Nós também estamos trabalhando para conseguir um novo desenho do mercado de crédito". O país, acrescentou, cresceu nos últimos dez anos e alguns modelos de crédito que herdou estão um pouco obsoletos. "Às vezes, cada setor quer ter uma caixinha para financiar. É interessante, mas acaba limitando o potencial". O governo está trabalhando na reestruturação desses modelos de crédito.

Joaquim Levy acredita que o segundo trimestre de 2015 deverá ser de transição. "Uma travessia. Mas eu acho que a gente vai começar a ter alguns sinais já diferentes no segundo semestre, o que é natural. Quanto mais rápido a gente tomar as medidas, as pessoas entenderem o rumo que a gente está seguindo, a necessidade de uma mudança também estrutural do Brasil porque o ambiente externo mudou, os preços das commodities não vão voltar a subir, a gente vai começar a ver o crescimento voltar". Ele confia que na medida em que o Brasil voltar a mostrar que é um crédito seguro, de alta qualidade, há condições de sair da classificação de B triplo e alcançar um rating (avaliação) A. "É onde o Brasil deve e merece estar".


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