O resultado negativo do comércio varejista em agosto ante julho pode ter sido causado por uma queda na confiança do consumidor, devido ao agravamento da crise internacional e ao desaquecimento da economia brasileira, segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Reinaldo Pereira.
O recuo de 0,4% nas vendas do varejo em agosto ante julho, conforme divulgado mais cedo pelo IBGE, foi a maior queda vista desde março de 2010, quando o varejo caiu 0,8%.
"Apenas duas atividades mostraram taxas positivas em agosto", disse Pereira. "Acredito que esse desaquecimento da economia, com resultados mais moderados, possa estar começando a ser representado aqui."
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Na série com ajuste sazonal, as duas entre dez atividades que compõem o varejo que tiveram variações positivas foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%).
As demais apresentaram variações negativas: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%); combustíveis e lubrificantes (-0,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,3%); móveis e eletrodomésticos (-0,4%); material de construção (-2,0%); tecidos, vestuário e calçados (-2,8%); veículos e motos, partes e peças (-4,6%).
"Pelos resultados deste mês, a pesquisa mostra uma desaceleração no comércio. Se isso vai se manter daqui para frente até o final do ano, a gente vai ter que esperar os resultados de setembro e outubro", ponderou o gerente do IBGE.