O WhatsApp entrou com recurso na segunda-feira, 2, contra a decisão da Justiça de Sergipe que determinou o bloqueio do serviço de mensagens instantâneas em todo o País, mas teve o pedido negado.
Em entrevista, o diretor global de comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld, está no Brasil para acompanhar um grupo de funcionários da companhia norte-americana a fim de explicar como o serviço funciona para autoridades.
O WhatsApp diz que não tem as informações que a Justiça pede. O sr. pode explicar por quê?
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Recentemente, o WhatsApp anunciou a criptografia de ponta a ponta por padrão em todas as mensagens. Isso significa que, quando uma pessoa envia uma mensagem, somente ela e o destinatário podem ler essa mensagem. Quando a mensagem é enviada, ela é embaralhada em um código de letras e números. Assim, mesmo que seja interceptada, ninguém consegue entendê-la. Ninguém pode ter acesso ao conteúdo daquela mensagem e isso inclui o WhatsApp. Nós não temos como decodificar a mensagem.
Vocês armazenam metadados sobre os usuários?
Nós tipicamente não coletamos muitos dados sobre os usuários. Quando você se cadastra no WhatsApp, você informa o número do seu telefone e nós temos essa informação. Quando falamos em metadados, nós não armazenamos essas informações em nossos servidores.
Vocês estão cientes de que o Marco Civil da Internet exige a guarda de metadados?
Nós sempre procuramos manter o serviço o mais simples possível e o fato de não armazenarmos essas informações nos permite oferecer um aplicativo mais rápido e confiável. É a forma como oferecemos o serviço em todo o mundo.
De que maneira o WhatsApp tem colaborado com a Justiça brasileira para evitar bloqueios?
Um grupo de pessoas do WhatsApp está no Brasil nesta semana para se reunir com oficiais, autoridades e promotores de Justiça para adotar uma política mais aberta de comunicação com as autoridades. Queremos ajudar a esclarecer mal entendidos ou dúvidas sobre o serviço. Nossa esperança é que uma comunicação mais clara permita que possamos trabalhar juntos para resolver os problemas de forma colaborativa.
O WhatsApp já enfrentou situação similar em outros países?
Alguns recursos foram bloqueados por um período de tempo, mas o Brasil é muito importante para nós, com mais de 100 milhões de usuários. Nós realmente queremos que isso não se repita.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.