Fazer negócios no Brasil para uma empresa de menor porte ficou ainda mais difícil. Levantamento anual divulgado na terça-feira (23) em Washington pelo Banco Mundial sobre a facilidade de se fazer negócios em 185 países mostra que o Brasil ficou na modesta 130.ª posição no ranking de 2013. A colocação é pior que no relatório passado, quando o País ocupou o 126.º lugar, e que no ano anterior, quando estava em 120.º.
Começar um negócio no Brasil demora 119 dias. Em Cingapura, a líder do ranking, são apenas três dias e nos Estados Unidos, o quarto lugar, são seis dias. Em outros indicadores isolados, usados para fazer o ranking geral, o Brasil também ocupa posições ruins. Na facilidade para uma pequena empresa conseguir crédito, está no 104.º lugar; em impostos, em 156.º e na facilidade para registros de propriedades, em 109.º.
As cinco primeiras posições do ranking geral ficaram com Cingapura (pelo sétimo ano consecutivo na liderança), Hong Kong, Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca. Na América Latina, o país mais bem colocado é o Chile (37.º lugar). Esta é a décima edição do estudo, chamado "Doing Business 2013: regulamentos mais inteligentes para pequenas e médias empresas". Piores que o Brasil estão países pequenos, como Serra Leoa, Libéria, Gabão e Suriname.
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O relatório conclui que houve "progressos significativos" nos países em desenvolvimento na melhoria da regulamentação para facilitar negócios de pequenas empresas. "É mais fácil fazer negócios hoje do que há dez anos", destaca o documento, ressaltando que os governos se empenharam em mudar a legislação para facilitar os negócios.
No Brasil, as pequenas empresas parecem não estar obtendo a mesma facilidade que em outros países emergentes. No período de análise do relatório, que vai de junho de 2011 a maio de 2012, houve apenas uma reforma. O documento cita que o Brasil facilitou a execução de contratos por meio da informatização na apresentação de queixas à Justiça. Ao mesmo tempo, a transferência de propriedade se tornou mais difícil com a exigência de uma nova certidão e aumento dos procedimentos de due diligence (análise de números).
No período de análise do estudo, 108 economias implementaram 201 reformas regulatórias. Das 50 economias que desde 2005 mais tiveram melhorias regulamentares, seis estão na América Latina e Caribe. A Colômbia foi o país que mais implementou mudanças, destaca a coautora do levantamento, Hayane Dahmen. Os outros países são Guatemala, Peru, México, Uruguai e República Dominicana.
Metodologia
O estudo avalia fatores como facilidade em abrir (e fechar) uma empresa e até em conseguir energia elétrica para a nova companhia e fazer comércio exterior. A classificação é baseada em dez indicadores e cobre 185 economias. O item que o Brasil aparece com uma das melhores notas é a facilidade em obtenção de energia, ocupando a posição de número 60. Fatores macroeconômicos e outros pontos, como nível de solidez do sistema financeiro, não são levados em conta. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.