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"Grau especulativo"

Rebaixamento pode tirar US$ 8 bilhões do Brasil

Agência Estado
17 dez 2015 às 10:19

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A decisão da Fitch de rebaixar o Brasil para "grau especulativo" aciona uma regra de boa parte dos grandes fundos globais de investimento que pode tirar mais de US$ 8 bilhões do País. Isso acontece porque muitos fundos só podem investir em mercados que têm o selo de bom pagador de duas agências de classificação - condição perdida pelo Brasil.

A avaliação, porém, varia bastante, uma vez que a maioria dos gestores já se antecipou e há divergência sobre a posição restante em ativos brasileiros. Dados do JP Morgan indicavam, por exemplo, que os fundos passivos - aqueles onde as posições são desfeitas só depois de ratificada a segunda perda do grau de investimento, como ocorreu nesta quarta-feira, 16 - detinham US$ 1,5 bilhão em papéis do Brasil.

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O País perdeu o selo de bom pagador da segunda grande agência classificadora de risco. As estimativas variam bastante. Instituições como a gestora britânica Ashmore e o espanhol BBVA acreditam haver posição restante de US$ 8 bilhões em papéis brasileiros que poderiam ser vendidos imediatamente. O Deutsche Bank cita US$ 12 bilhões só para o segmento de bônus bancários e o Barclays estima saída de US$ 10,7 bilhões, sendo US$ 9,1 bilhões em dívida corporativa e US$ 1,6 bilhão em papéis soberanos.

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Cálculo


Há divergência sobre os números por não ser simples calcular a posição restante dessas carteiras. Isso acontece porque gestores não precisam informar em tempo real a posição de cada fundo e, ao mesmo tempo, muitas das posições relacionadas ao Brasil foram sendo desmontadas ao longo dos últimos meses com a rápida deterioração da economia.

Em relatório divulgado em agosto, antes mesmo de a S&P tirar o grau de investimento do Brasil, o banco JP Morgan citava que a saída de recursos do País em caso de perda de grau de investimento por duas agências poderia chegar aos US$ 20 bilhões, sendo US$ 6,2 bilhões em bônus do governo e US$ 12,5 bilhões de papéis de empresas, além de US$ 1,5 bilhão nos fundos passivos - carteiras que prometem retorno igual ao do referencial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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