Cálculos realizados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostraram que, com base na medição do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o valor médio do álcool combustível representou 62,4% do preço médio da gasolina na capital paulista na terceira quadrissemana do mês (últimos 30 dias encerrados em 23 de outubro). O número é o mesmo da segunda quadrissemana (30 dias terminados em 15 de outubro), mas mostra a maior marca de 2009, uma aceleração em relação ao número de 57,6% apurado no fechamento de setembro e também volta aos níveis observados em maio de 2007.
Na avaliação do coordenador do indicador, Antonio Evaldo Comune, apesar de ainda vantajosa, a opção pelo consumo do álcool em relação à gasolina começa a entrar numa fase de análise mais delicada, pois o nível de 70% é considerado máximo para o álcool permanecer economicamente viável, em função de sua menor eficiência energética em relação à gasolina. "Provavelmente, a relação poderá chegar perto dos 65%. Quem não estiver com o carro regulado, poderá ter prejuízo", disse Comune à Agência Estado.
Hoje o instituto divulgou que o preço do álcool avançou 14,08% na terceira quadrissemana ante variação de 11,72% da segunda medição do mês. O item liderou o ranking de pressões de alta do IPC, respondendo sozinho por 0,07 ponto porcentual (45,56%) de toda a inflação apurada na capital paulista, de 0,16%. A gasolina, por sua vez, subiu 1,01% ante alta de 0,83%. A alta do combustível derivado do petróleo respondeu por 0,03 ponto porcentual (16,94%) do IPC calculado pela Fipe.
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Para Comune, não há sinais de que o álcool apresente desaceleração nas próximas medições da Fipe, já que o produto continua enfrentando problemas de oferta no mercado externo que são sentidos também no mercado doméstico. Ele destacou, entretanto, que, no acumulado do ano até o final de setembro, o combustível ainda estava em queda, de 2,27%. No mesmo período, a gasolina acumulou baixa de 1,20%.