Escolaridade e rendimento médio inferiores e maior número de desempregados. Este é o retrato econômico da desigualdade racial no Brasil. Os números que atestam este problema foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego - Cor e Raça de setembro, a população declaradamente preta e parda tem menos escolaridade e um rendimento médio equivalente à metade do recebido pela população branca, na média das seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa. Já a taxa de desocupação dos pretos e pardos (11,8%) é superior à dos brancos (8,6%).
Em setembro de 2006, a população declaradamente preta ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre). A PME segue o sistema de classificação de cor ou raça adotado pelas pesquisas domiciliares do IBGE, no qual o informante escolhe uma entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela ou indígena.
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Por grupamento de atividade, no total das seis regiões metropolitanas, a construção e os serviços domésticos foram os que mostraram predominância dos pretos e pardos, que eram 55,4% das pessoas ocupadas na construção e 57,8% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos. O grupamento com a menor participação de pretos e pardos foi o de Serviços Prestados à Empresas e Intermediação Financeira, Atividades Imobiliárias, com 34,6%. .
O rendimento/hora real habitualmente recebido pelos pretos e pardos (R$ 4,15) era cerca da metade do auferido pelos brancos (R$ 8,16), proporção mantida desde 2002. O mesmo deu-se com o rendimento médio.
Há desigualdade também nos indicadores educacionais. A população em idade ativa preta e parda tinha 7,1 anos de estudo, em média, e era menos escolarizada que a população branca (8,7 anos de estudo, em média). Foi apurado, também, que 6,7% das pessoas pretas e pardas com 10 a 17 anos de idade não freqüentavam escola, contra 4,7% dos brancos. E enquanto 25,5% dos brancos com mais de 18 anos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior, o percentual era de apenas 8,2% para os pretos e pardos. Mas houve alguma evolução neste indicador: em setembro de 2002, apenas 6,7% dos pretos e pardos freqüentavam ou já haviam freqüentado curso superior.