A história de Londrina e do norte do Paraná está atrelada ao cultivo do café. A região foi colonizada por imigrantes de outros estados, e até mesmo de outros países, que vislumbraram um futuro próspero nas terras roxas, próprias para o plantio do "ouro verde", que ajudou a construir fortunas no século passado. No entanto, a "Geada Negra", em 1975, dizimou os cafezais da região. Após a crise, os cafeicultores paranaenses recomeçaram do ‘zero’ e precisaram se reinventar para continuar sobrevivendo do cultivo do grão.
Trinta anos se passaram desde a "Geada Negra" e o norte paranaense conserva sua identidade e memória ligadas ao café. Se antes a produção era focada em quantidade, hoje os produtores investem em cafés de qualidade. Em 2012, a Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) recebeu a Indicação Geográfica de Procedência (I.G.P.), certificação que garante a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais dos produtos de uma determinada região, conferindo-lhes destaque no mercado brasileiro e internacional.
A presença forte do café, no passado e no presente, despertou a vocação para o turismo na região e viabilizou a criação da Rota do Café - um projeto ancorado pelo Sebrae/PR, criado há cinco anos, que transformou fazendas históricas e produtoras, cafeterias, restaurantes, pousadas e museus, em atrativos turísticos.
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Agora, a Rota do Café será gerida pelos próprios empreendedores que participam do Projeto. Na última segunda-feira, dia 14 de dezembro, eles formalizaram a Associação da Rota do Café e elegeram a diretoria. Simone Millan, consultora do Sebrae/PR, explica que a mudança de papel da entidade, que agora atua como parceira, já estava prevista quando o Projeto foi criado. "Já havia uma governança que foi formada pela entidade desde o início para preparar os participantes para levarem a Rota do Café adiante. Na semana passada, a governança fundou uma associação que passa a gerir a marca. O objetivo do grupo é continuar o trabalho iniciado pelo Sebrae/PR, visando a sustentabilidade do Projeto", diz.
Gisele Bianchini, presidente da Associação da Rota do Café, afirma que o grupo foi ganhando maturidade enquanto era administrado pelo Sebrae/PR. "A entidade deixou um legado importante e seu último trabalho foi a realização de um estudo de posicionamento da marca, que vai direcionar nosso trabalho, que começa em janeiro. Nossa proposta é abrir novas oportunidades de mercado e agregar novos empreendedores ao Projeto."
Roteiro
A Rota do Café contempla cerca de 30 empreendimentos em nove municípios no norte do Paraná, num raio de 200 quilômetros. As viagens são personalizadas e podem ser realizadas para um grupo de, no mínimo, oito pessoas. Os pacotes são montados de acordo com as necessidades dos visitantes, que podem escolher quantos dias desejam permanecer nos locais e quais as atrações que pretendem visitar. As agências de turismo credenciadas à Rota também oferecem pacotes fechados, que permitem a inscrição dos turistas nos grupos com saídas programadas. Há seis opções de programas: Turismo Histórico Cultural, Entretenimento e Lazer, Gastronomia, Turismo Rural, Ecoturismo e Agronegócio.
Todos os atrativos da Rota do Café podem ser conferidos no site www.rotadocafe.tur.br, que também disponibiliza as agências que oferecem os passeios e um calendário com a programação das próximas saídas.