A partir desta sexta-feira, uma garrafa de meio litro de vodca deverá custar pelo menos US$ 3 (pouco mais de R$ 5).
O consumo de bebidas alcoólicas na Rússia é elevado - 18 litros de álcool puro per capita por ano.
Ao lançar a campanha no ano passado, Medvedev prometeu reduzir esse dado em 25% até 2012. Segundo ele, o alto consumo de álcool é "uma vergonha nacional".
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Bebendo perfume
Combater o consumo do que os russos consideram sua bebida nacional é uma corajosa iniciativa política, levando-se em conta o fracasso de líderes que antecederam Medvedev, disse o correspondente da BBC em Moscou, Daniel Fisher.
Da última vez que alguém tentou aplicar medidas com essa finalidade, a Rússia ainda era parte da União Soviética.
Há 24 anos, o dirigente soviético Mikhail Gorbachev reduziu drasticamente a produção de vodca e proibiu a venda da bebida antes das 14h.
A venda de perfumes só era permitida depois do meio-dia, pois algumas pessoas começaram a beber o produto para absorver o teor alcoólico.
Oficialmente, muitas vidas foram salvas e a incidência de alcoolismo diminuiu, mas com isso também houve uma redução da arrecadação do governo com o produto. A popularidade de Gorbachev também foi afetada.
Vodca clandestina
Especialistas, contudo, têm dúvidas sobre a eficácia da campanha de Medvedev.
"Esta lei não é a solução, é apenas um pequeno passo, embora positivo, na luta contra o alcoolismo", disse a médica Elena Igorevna, do Centro Científico para o Abuso de Substâncias, em Moscou.
"Eu acredito que todos os problemas precisam ser enfrentados de maneira ampla. Eu acho que o consumo de bebidas alcoólicas é uma questão de importância nacional."
O problema para Medvedev é que, historicamente, todas as vezes em que a Rússia tentou combater o consumo excessivo de álcool, houve um aumento da venda de bebidas ilícitas.
Especialistas estimam que a vodca produzida clandestinamente, durante a noite, em destilarias legalizadas, responde pela metade de todo o produto consumido pelos russos. E ela pode ser encontrada pela metade do preço mínimo estabelecido nesta sexta-feira pelas autoridades russas.
Esta bebida clandestina contribui muito para as 35 mil mortes anuais por intoxicação por álcool registradas na Rússia.