As empresas do segmento rural da região de Londrina devem contratar cerca de 4 mil trabalhadores temporários nos próximos meses. Tudo por conta da proximidade da safra agrícola que se aproxima. São pessoas para receber a colheita, carga e descarga de caminhões, classificadores de grãos, balanceiros, assistentes de compras, assistentes administrativos, faturistas e diversos outros profissionais.
Algumas empresas chegam a triplicar o seu quadro de funcionários neste período. É o caso da Belagrícola que nasceu há 24 anos em Bela Vista do Paraíso e hoje tem 32 filiais espalhadas pelo Paraná e interior de São Paulo. No período da safra a Belagrícola que tem 464 funcionários efetivos chega a contratar mais de 700 funcionários temporários. ''Na época da safra nós trabalhamos em três turnos, 24 horas por dia. Nós devemos contratar nos próximos meses 750 pessoas'', diz a psicóloga Wivian Sá.
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A mesma medida tomam cooperativas como a Corol, de Rolândia, Integrada, de Londrina, Monsanto e diversas outras, comenta o diretor de uma empresa de Recursos Humanos (RH). Segundo ele esta movimentação no mercado de trabalho ocorre com mais intensidade em dois momentos no ano. A partir de fevereiro até abril, quando se colhe a safra de verão e depois de julho a outubro, quando chega a safra de inverno.
O profissional de RH explica que a maioria das empresas opta por terceirizar a contratação desta mão de obra temporária por causa da flexibilidade na admissão e demissão. ''A regra que rege o contrato temporário é diferente do que ocorre na CLT. Há muita rotatividade nesta mão de obra. Para administrar 700 vagas, as vezes passam pela empresa mil pessoas. Pela CLT o custo desta rotatividade seria muito maior'', explica.
No contrato temporário, a empresa não precisa pagar a multa de 40% para o funcionário e os 10% para o governo sobre o valor depositado no FGTS. Também não é preciso recolher os 5,8% para o Sistema 5 S (Sesc, Senac, Senai, Senat e Sebrae).
''Para a empresa é mais seguro contratar por meio de uma empresa terceirizada que oferece mão de obra terceirizada. Nós fazemos dois contratos. Um de trabalho com os funcionários e outro de cessão de mão de obra para a empresa. A seleção do pessoal, os custos pré-admissionais, o seguro e os encargos ficam por conta da empresa terceirizada'', explica o diretor da empresa de RH que está há quase 18 anos no mercado.
Falta de estrutura
Outra vantagem, segundo as empresas do segmento rural, é a falta de estrutura para escolher tanta gente num prazo tão curto.
O presidente do Sescap-Ldr, Marcelo Odetto Esquiante, recomenda o uso da contratação temporária nestes casos, mas alerta que é preciso ter cuidado na escolha da empresa fornecedora. ''A empresa contratante é solidária a empresa contratada. Se os encargos não forem pagos a responsabilidade é dividida entre elas'', explica Esquiante. Segundo ele há várias empresas de serviços temporários na região. ''É importante que o empresário faça uma pesquisa, conheça a empresa fornecedora, veja há quanto tempo ela está no mercado, antes de tomar a decisão'', reforça o presidente do Sescap-Ldr.
Fonte: Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina (Sescap-LDr)