O banco Safra, oitavo maior do Brasil, com ativos de R$ 84 bilhões em 30 de junho de 2011, comprou o private bank suíço Sarasin por cerca de US$ 1 bilhão. A informação foi antecipada na tarde de sábado (26) pelo blog da colunista do ‘Estado’ Sonia Racy. O pagamento será feito em dinheiro.
Segundo comunicado conjunto enviado ao mercado pelas duas instituições, o Sarasin é líder no segmento de private banking da Suíça, com ativos administrados de pouco mais de US$ 100 bilhões. Ainda de acordo com o texto, o Safra tinha quase US$ 109 bilhões sob sua administração em junho de 2011.
A operação, que ainda terá de ser aprovada pelos órgãos reguladores, dá ao banco brasileiro uma participação de 46% no capital total do Sarasin e de quase 69% no capital votante.
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O banco brasileiro comprou a participação que o holandês Rabobank detinha no Sarasin. O texto enviado ao mercado informa que a venda "permitirá ao banco holandês concentrar-se em suas prioridades estratégicas e fortalecer seu papel de liderança como fornecedor de serviços financeiros globais na Holanda, assim como avançar mais rapidamente em direção ao crescimento nos negócios internacionais de alimentos e seus clientes do agronegócio".
O Safra destacou a complementaridade das operações com o Sarasin. Segundo o comunicado, o private bank suíço tem presença em "mercados-chave europeus, no Oriente Médio e na Ásia", enquanto o Safra tem posição consolidada especialmente nas Américas.
O Sarasin tem capital aberto na Suíça. Ontem, as ações do subiram 3,47% na bolsa de valores suíça (Six) e fecharam cotadas a 34,3 francos suíços (o equivalente a quase US$ 35).
O comunicado informa que, "de acordo com as leis suíças, o fechamento da transação obrigará o banco a realizar oferta pública aos acionistas minoritários".
A página do Sarasin na internet informa que a instituição foi criada em 1841, o que foi destacado pelo presidente do Safra, José Safra, no comunicado. Ele lembrou que a história de ambos remonta ao século 19.
O comunicado salientou que, para o Sarasin, "o Safra será um acionista majoritário fortemente capitalizado e capaz de reforçar sua posição como um banco privado suíço independente e efetivamente apoiar e fortalecer a estratégia e o modelo de negócios do Sararin".
O Safra garantiu que a estratégia do private bank suíço e seu modelo de negócios terão "continuidade firme".
Pessoas que acompanharam a negociação destacaram o fato de o Sarasin ter como regra apenas receber aplicações de investidores com cópia da declaração do Imposto de Renda.
Segundo o Banco Central (BC), em 30 de junho, o Safra possuía ativos de R$ 83,9 bilhões, o que o deixava, no ranking brasileiro dos bancos privados, atrás apenas de Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Votorantim. Os depósitos do Safra somavam R$ 15,3 bilhões.
No mercado brasileiro, o Safra é conhecido por ser um banco bastante conservador, reputação que também acompanha o Sarasin na Suíça.