O escoamento da safra de grãos pelo Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, provoca um problema que tem se repetido nos últimos anos: a formação de fila de caminhões às margens da BR-277. Hoje pela manhã, a concessionária Ecovias Caminhos do Mar, que administra a rodovia, registrava que os últimos caminhões estavam no km 16. À tarde, a fila já alcançava o km 26. O pátio de triagem fica no km 3 da BR-277.
No pátio de triagem, 900 caminhões aguardavam para descarregar os grãos, segundo a assessoria do porto. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) afirmou que vários fatores contribuíram para a formação da fila a partir deste fim de semana. Um deles é a chuva que caiu durante o domingo no litoral paranaense. Com o tempo úmido as operações nos três berços do corredor de exportação são interrompidas, o que leva a um acúmulo de grãos nos armazéns. Hoje, não chovia, apesar do dia nublado.
Além disso, o porto argumentou que muitas empresas não respeitam o sistema de cadastramento prévio, pelo qual apenas os caminhões registrados online, com local de armazenamento e com navio predeterminado para embarque devem descer ao litoral. Segundo a assessoria, em condições normais a média de fluxo no pátio de triagem seria de 8 horas, mas hoje havia caminhoneiros reclamando que estavam desde sexta-feira aguardando o desembarque.
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O porto informou que a formação de filas também se deve à "boa impressão" causada nos exportadores o trabalho de dragagem emergencial realizada nos berços de atracação, que voltaram a ter as profundidades originais de oito, dez e 12 metros. Segundo a Appa, em razão disso a movimentação em janeiro já teria chegado a 2,66 milhões de toneladas, volume 28,89% superior ao mesmo período de 2010. Somente os granéis (soja, farelo de soja, milho, açúcar e trigo) aumentaram 60%, com volume de 999.659 toneladas.
A previsão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná é que a safra de grãos 2010/11 deve atingir 30,95 milhões de toneladas, volume 5% inferior à produção da safra passada, quando foram colhidos 32,71 milhões de toneladas. De acordo com o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Otmar Hubner, qualquer oscilação pode ocorrer dependendo da colheita do milho safrinha, que está sendo plantado, e do desempenho do trigo, que começa a ser plantado no dia 11.