O príncipe saudita Alwaleed Bin Talal acusou a revista americana Forbes de subestimar sua riqueza em sua lista anual de bilionários e afirmou que, na verdade, é um dos dez mais ricos do mundo.
Na edição de 2013 da lista, divulgada na segunda-feira a Forbes estimou que a fortuna de Alwaleed Bin Talal é de US$ 20 bilhões, o que o colocou na 26ª colocação.
Mas o escritório de Bin Talal afirmou que a revista usou métodos de avaliação deficientes, que foram "criados para prejudicar" os investidores do Oriente Médio.
De acordo com outras informações, o príncipe estima que seu patrimônio líquido é de US$ 29,6 bilhões, um número que o colocaria no nono lugar entre os mais ricos citados na lista.
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A lista, publicada na segunda-feira, colocou no topo pelo quarto ano consecutivo o magnata das telecomunicações mexicano Carlos Slim, com uma fortuna de US$ 73 bilhões.
O brasileiro mais bem colocado é Jorge Paulo Lemann, acionista majoritário da Anheuser-Busch InBev, que ocupa o 33º lugar. com uma fortuna de US$ 17,8 bilhões.
Bolsa de valores árabe
Os representantes de Bin Talal afirmaram que a revista se recusou a aceitar as avaliações das ações listadas na Tadawul, a Bolsa de Valores da Arábia Saudita, mas aceitou avaliações de outros mercados emergentes como a Bolsa de Valores Mexicana.
De acordo com o escritório do príncipe saudita, a Forbes aplicou "padrões diferentes para indivíduos diferentes".
O escritório de Bin Talal afirmou que pediu à revista para retirar o príncipe da lista dos mais ricos do mundo e acrescentou que cortou todas as relações com a Forbes, interrompendo a cooperação com as equipes de avaliação.
"Trabalhamos de uma forma muito aberta com a equipe da Forbes durante anos e apontamos, em várias ocasiões, os problemas com a metodologia deles que precisavam ser corrigidos", afirmou em uma declaração Shadi Sanbar, diretor financeiro da companhia Kingdom Holding, de propriedade do príncipe.
"No entanto, depois de vários anos sem resultados para os nossos esforços em corrigir os erros, decidimos que a Forbes não tem intenção de melhorar a exatidão de sua avaliação de nossas ações e tomamos a decisão de seguir em frente."
Outro lado
A revista Forbes, em sua edição online, rebateu as acusações do príncipe, insistindo que ele exagera sua fortuna.
"Nos últimos anos ex-executivos de Alwaleed me disseram que o príncipe, ainda que seja um dos homens mais ricos do mundo, sistematicamente exagera sua riqueza líquida em vários bilhões de dólares", diz a autora do artigo sobre Bin Talal, Kerry Dolan.
"Isso levou a Forbes a uma avaliação mais profunda de sua fortuna e a uma conclusão clara: o valor que ele atribui a suas posses às vezes parece ser uma realidade alternativa, incluindo sua Kingdom Holding, de capital aberto, que tem valorização e desvalorização baseadas em fatores que, por coincidência, parecem mais associados à lista de bilionários da Forbes do que em fundamentos (econômicos)."
O artigo traça um perfil do príncipe, descrevendo-o como uma pessoa excessivamente preocupada com sua imagem e que atribui especial importância ao ranking da revista.
"O príncipe apareceu no radar de ricos da Forbes em 1988, um ano após nosso primeiro número sobre bilionários. A fonte: o próprio príncipe, que contatou um repórter da Forbes."
"O contato provou ser o primeiro que são agora 25 anos de lobby intermitente, tentando impor sua visão e fazendo ameaças" no tocante à sua fortuna, diz Dolan.