A Mercedes-Benz informou nesta quarta-feira (7), que demitiu aproximadamente 370 trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para alcançar a meta de reduzir o efetivo em 1,4 mil postos de trabalho, anunciada há duas semanas, quando a multinacional alemã lançou o Programa de Demissões Voluntárias (PDV).
A montadora ofereceu, pelo PDV, independentemente da idade e do tempo de casa do trabalhador, o pagamento de R$ 100 mil como incentivo ao desligamento. A maior fabricante de veículos comerciais do País adiou até o meio-dia desta quarta-feira o prazo do PDV, mas pouca gente procurou a área de Recursos Humanos durante o funcionamento em plantão no feriado.
Segundo os números finais divulgados pela montadora, 1,05 mil pessoas deixaram a Mercedes pelo programa. Como o objetivo inicial não foi atingido, a empresa informa que já processou a demissão de outros 370 trabalhadores que estavam em licença remunerada desde fevereiro por conta da alta ociosidade da fábrica, onde são montados caminhões e chassis de ônibus, além de motores, câmbios e eixos.
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Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, os empregados da Mercedes começaram a receber na sexta-feira os telegramas com avisos de demissão. A entidade pretende iniciar nesta quinta-feira, 8, uma mobilização contra os cortes. O objetivo é pressionar a companhia a usar alternativas de flexibilização, como a suspensão temporária dos contratos de trabalho ("lay-off"), para gerenciar o excesso de mão de obra e evitar as demissões.
Os funcionários demitidos não receberão os incentivos extras - ou seja, que vão além das indenizações previstas na legislação trabalhista - recebidos por aqueles que aderiram ao PDV.
A montadora diz que vai cumprir com o acordo firmado com o sindicato que prevê estabilidade de emprego até dezembro de 2017 para os que continuarão trabalhando no parque industrial. Aproximadamente 300 empregados que estavam em licença remunerada também serão chamados de volta ao trabalho.
Antes do PDV encerrado hoje, a Mercedes tinha em São Bernardo um excesso de mão de obra estimado em 1,9 mil empregados, ou o equivalente a 20% do total empregado no local - já descontando nessa conta os 630 funcionários que deixaram a empresa num programa de demissões realizado anteriormente.