As imagens de dois funcionários jogando ovos e pintinhos vivos em um vala, no município de Palhoça, em Santa Catarina, vai resultar na abertura de um inquérito policial. Segundo o delegado Luiz Carlos Cardoso Jeremias Filho, da Delegacia de Polícia de Garopaba, a apuração do caso começou nesta sexta-feira (17). Filho ainda não tem detalhes do caso, mas afirmou que a atitude poderá ser enquadrada como crime ambiental. "Precisamos entender o que exatamente aconteceu e por quais motivos. Por enquanto, estamos iniciando a abertura de inquérito", afirmou.
Nas imagens, duas pessoas são flagradas, por meio de uma câmera de celular, em cima de um caminhão. Do veículo, elas atiram pintinhos e bandejas de ovos em uma grande vala. A prática vem ocorrendo há algumas semanas e pode ter matado até 114 mil aves. O proprietário da granja, que descartou as aves, não atendeu a reportagem.
A atitude radical de jogar animais vivos na vala em várias regiões do interior catarinense estaria relacionada à falta de ração para aves e suínos. Sem ter como alimentar os animais, alguns criadores preferem interromper a produção. A crise teve início com o aumento dos insumos para a fabricação da ração e atingiu em cheio um dos principais motores da economia do Estado.
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De acordo com Marcos Antônio Zordan, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), o preço do milho e do farelo de soja, usados na ração, dispararam desde o início do ano. A saca do milho passou de R$ 23 para até R$ 36, e a tonelada do farelo saltou de R$ 550 para R$ 1.500. "Foi um reajuste acentuado e que tornou a criação de aves e suínos praticamente inviável. A ração representa cerca de 70% do preço da carne. Com este aumento, as margens diminuíram", disse.
O cenário é resultado, principalmente, de dois eventos climáticos. O primeiro foi a seca que atingiu o oeste catarinense no início do ano e afetou as plantações de milho. Em seguida, a safra americana também quebrou e deixou os grãos ainda mais caros.