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Zona sul do Rio

Sem-teto aguardam desocupação de prédio de Eike Batista

Agência Estado
14 abr 2015 às 08:34

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Cerca de 300 ocupantes, segundo a Defensoria Pública, aguardam a reintegração do prédio Hilton Santos, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, marcada para esta terça-feira, 14. Até esta segunda-feira, 13, 63 crianças, sendo três bebês, integravam a ocupação. Moradores prometem resistir no local. Ao menos 18 carros da Polícia Militar estão posicionados nos arredores.

Na madrugada, uma mulher entrou em trabalho de parto e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Botafogo e, depois, transferida para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul. É o 7º filho de Fernanda Aldeir, de 35 anos, que teve parto prematuro e segue internada.

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"Esta madrugada foi muito difícil, do mesmo jeito que está sendo a manhã. Meu bebê nasceu prematuramente devido à insegurança do poder publico. Nosso bebe não está bem, está no hospital internado", disse o pai da criança, Carlos Souza, de 35 anos.

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Segundo relatos, uma parte dos ocupantes saiu do local na madrugada desta terça-feira - a maioria das crianças. O edifício foi invadido no dia 7 de abril.

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Com cartazes, o grupo pede moradias. "Para que Olimpíada se não temos moradia?", questiona uma faixa. Parte dos ocupantes afirma que vai resistir à intervenção da PM.


A reintegração de posse foi determinada pelo juiz Leonardo Alves Barroso, da 36ª Vara Cível. Na noite de segunda-feira, a Defensoria entrou com uma medida cautelar para evitar a desocupação, que acabou sendo negada. Nesta terça-feira, defensores entraram com um agravo de instrumento, que deve ser apreciado depois das 11h.


O imóvel é uma propriedade do Clube de Regatas do Flamengo, arrendado pelo grupo EBX, do empresário Eike Batista, e deveria ter se transformado em um hotel, cuja previsão era que ficasse pronto até a Olimpíada. Por causa da crise enfrentada pelas empresas de Eike, o prédio ficou abandonado, até ser ocupada pelos sem-teto.

Parte do grupo é oriundo de uma ocupação ocorrida mês passado em um prédio da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae). Muitos participaram também da invasão da antiga sede do grupo Oi/Telerj, na zona norte do Rio, cuja reintegração de posse ocorreu em abril do ano passado, marcada por confrontos.


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