Com quase dois bilhões de unidades vendidas por ano no planeta, o telefone celular é considerado item obrigatório. Preços em conta e facilidades oferecidas pelas lojas de departamento ajudam o interessado a adquirir aparelhos cada vez mais modernos. Inventado no final da década de 1940, o celular se tornou popular no Brasil a partir dos anos 2000. De lá para cá, muita coisa mudou. Os aparelhos se tornaram 'inteligentes' (smartphones) e as operadoras investiram em pacotes de ligação mais atrativos. Mas será que o celular conseguiu substituir os ultrapassados orelhões? A Sercomtel garante que não. Tanto é que trabalha, atualmente, na reforma de 500 telefones públicos.
A empresa abriu uma ata de registro de preços em janeiro para contratar uma empresa que ficará responsável pelo serviço. Os aparelhos vão ser modernizados no decorrer dos próximos anos. O gasto por unidade gira em torno dos R$ 260. O custo total, a ser encaminhado para a empresa Piraccini e Oliveira Ltda. ME, é de R$ 130 mil. "Independentemente da utilização do celular e do gasto que nós temos com os orelhões, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) obriga toda operadora a manter pelo menos quatro telefones públicos em funcionamento para cada mil habitantes", explicou o gerente de Implantação e Manutenção da telefonia londrinense, Luis Carlos Bianco.
Ele admitiu que o número de telefones públicos caiu em Londrina de 2011 para cá, mas garantiu que os aparelhos ainda são muito utilizados. Atualmente, Londrina conta com 3.631 aparelhos. São 6,62 telefones públicos para cada mil moradores. Ainda segundo a Sercomtel, cada orelhão 'queima' em média 120 unidades de cartão a cada 30 dias. Ou seja, o londrinense utiliza, por mês, quase 15 mil cartões de 30 unidades nos aparelhos.
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Bianco garantiu que a reforma dos orelhões vai ajudar a Sercomtel a economizar dinheiro público. "A nossa planta atual é antiga e requer muita manutenção. Com a modernização, vamos conseguir otimizar os consertos. A parte funcional não muda para o usuário, mas a substituição dos equipamentos vai nos ajudar a identificar os problemas com mais agilidade", complementa o gerente.
Ele destacou ainda que a Sercomtel continua com o plano de diminuir o número de orelhões na cidade. "Retiramos 200 aparelhos entre 2011 e o ano passado. Pretendemos fazer a retirada de mais 300 até 2016", contou. A telefonia faz a retirada de 10 a 15 orelhões por mês, sempre acompanhando casos de vandalismo, existência de outros aparelhos próximos e demanda de usuários.
Sobre os casos de vandalismo, o gerente listou balanço positivo. O número diminuiu de 35 para 12 registros na comparação entre os meses de janeiro de 2013 e 2014. O valor usado para consertar os orelhões danificados também caiu, de R$3.107,53 para R$415,32.
Nas ruas
A reportagem do Bonde foi às ruas para perguntar ao londrinense se ele costuma usar os telefones públicos. Foram visitados três orelhões: um na praça Primeiro de Maio, outro em frente à Catedral e o último na praça Sete de Setembro, todos no centro. Nenhum cidadão foi flagrado utilizando os aparelhos. "Já usei, mas em 1800 e poucos", brincou a aposentada Terezinha Dias, de 65, que atualmente prefere o celular para fazer ligações.
"Sempre está estragado", reclamou o segurança Carlos Dutra, de 49 anos. Já o manobrista Muller Felipe, de 19 anos, admitiu que de vez em quando usa o orelhão. "Tenho o meu celular, mas sempre carrego um cartão para quando ficar sem crédito ou bateria", explicou.