Cerca de 50 dos 150 servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná aderiram à greve da categoria nesta segunda-feira (18), primeiro dia do movimento. A paralisação por tempo indeterminado é nacional e deve contar com uma série de manifestações em todo o Brasil, convocadas pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
De acordo com a Associação dos Servidores do Incra do Paraná (Assincra-PR) a categoria reivindica reestruturação das carreiras, reposições salariais e melhorias das condições de trabalho.Segundo João Wagner, diretor da Assincra-PR, os servidores exigem reposição salarial de 22%, índice que corresponderia às perdas inflacionárias referentes aos últimos quatro anos. ''Não houve negociação com o governo e, com isso, decidimos paralisar os trabalhos para forçar um início de conversa'', afirma.
Na tarde de segunda, os servidores do Paraná fazem uma assembléia para avaliar a mobilização e definir as at9viddes a serem realizadas. " Temos que fazer uma articulação política, sensibilizando deputados da bancada do PT e do núcleo agrário para que possam intervir junto com o Comando de greve em Brasília em favor das nossas reivindicações", diz João Wagner.
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A greve, segundo ele, já afeta 70% de serviços como a certificação de imóveis rurais, regularização fundiária, acesso ao crédito, aposentadoria rural e atualização cadastral de pequenas e médias propriedades.
A expectativa é que a adesão ao movimento cresça nos próximos dias; "Com isso, todos estes serviços podem parar causando transtorno à sociedade", adverte.
Os servidores também pretendem divulgar uma carta-denúncia para a população, para mostrar o sucateamento a que os órgãos públicos estão sendo submetidos. ''Os concursos públicos para a área são pouco atraentes e isto provoca um esvaziamento do setor. Entretanto, o volume de trabalho vem aumentando. O quadro pessoal do Incra vem sendo reduzido ano após ano'', conta Wagner.
Segundo a Assincra, o quadro pessoal do Incra foi reduzido de 9 mil servidores, em 1985, para 5,7 mil trabalhadores, em 2011. No mesmo período, o órgão passou a atuar em uma área 32,7 vezes maior. O número de assentamentos geridos pelo Incra saltou de 67 para 8,7 mil.