O setor cervejeiro nacional mostra tendência de expansão este ano, com destaque para o segmento das microcervejarias e das cervejarias artesanais.
A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo coordenador da Área de Educação do Centro de Tecnologia de Alimentos e Bebidas (CTS) de Vassouras (RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), José Gonçalves.
As projeções indicam que as microcervejarias e as cervejarias artesanais poderão, a longo prazo, deter 10% do mercado de cervejas no país. Hoje, a participação desse segmento oscila entre 2% e 3%.
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O superintendente-geral do centro de Vassouras, Imar Araújo de Oliveira, afirmou que o consumo nacional de cerveja é crescente, tendo em vista não só o aumento demográfico, mas também a mudança do perfil da população. Com o declínio da faixa de natalidade, os adultos de 20 a 40 anos estão se tornando predominantes na população e essa é a faixa que mais consome cerveja.
"O Brasil está sendo beneficiado por esse aspecto e pelo crescimento da população. A tendência é o aumento do consumo", afirmou. Outro fenômeno observado pelo superintendente é que paralelamente à expansão do consumo das cervejas mais populares, o aumento do poder aquisitivo das pessoas eleva a procura por marcas especiais. Com isso, o mercado de cervejas premium, de sabor mais apurado e valor mais alto, se amplia para atender a esses novos consumidores.
"As empresas pequenas que investem nesse nicho de mercado estão crescendo. E também as grandes cervejarias estão investindo em novas marcas e produtos para atender ao público mais seleto", disse Oliveira.
José Gonçalves explicou que o Brasil, por não ter uma cultura cervejeira própria, tem o mercado dominado pelo tipo pilsen, leve, mais clara e de médio teor alcoólico. "Em termos mundiais, entretanto, há centenas de tipos de cerveja". Na Bélgica, por exemplo, que tem uma cultura cervejeira estabelecida, existem mais de 300 tipos de cervejas, citou.
O setor cervejeiro nacional emprega cerca de 50 mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos. Algumas matérias-primas já começam a ser produzidas no Brasil, como o malte. Gonçalves revelou que atualmente 30% do malte usado pela indústria cervejeira brasileira já são nacionais.
Já o lúpulo é cem por cento importado. O clima brasileiro não é adequado a essa planta, segundo os técnicos do CTS/Senai de Vassouras. Em relação à água, existe em abundância no país. Quanto à levedura de cerveja, necessária ao processo de fermentação da bebida, o componente é comprado de bancos alemães, belgas e americanos.