A qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo setor funenário está em constante expansão no País. Produtos diferenciados com soluções mais abrangentes têm experimentado intensa procura. Se há alguns anos era comum correr atrás de serviços funerários apenas quando um familiar falecia, hoje é diferente.
Muitas pessoas preferem fazer o investimento mensal para evitar os transtornos financeiros aliados à perda do ente. Nos últimos cinco anos este segmento cresceu 15%, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas e Diretores Funerários (Abredif).
Anualmente são registrados aproximadamente 1,2 milhão de óbitos, destes, cerca de 20% são atendimentos realizados gratuitamente pelas funerárias para atender a população carente. O número de óbitos não sofreu alteração, acompanha a taxa de crescimento populacional cuja tendência é diminuir, visto que a expectativa de vida do brasileiro está aumentando.
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As empresas funerárias surgiram quando o governo extinguiu o auxílio que oferecia para os velórios e sepultamentos. No início, os empresários do setor investiam em outros segmentos e, por isso, os produtos e serviços não aumentavam. Há cerca de 15 anos começaram a investir no próprio setor, o que multiplicou o retorno financeiro para os empresários e a qualidade para os usuários.
A moderna empresa funerária faz funerais e também atende o usuário em vida, oferecendo seguro de vida; empréstimo de material de convalescença, produtos e materiais medicinais, entre outros.
O Brasil conta com 5.500 empresas em funcionamento, sendo 98% delas exploradas pela iniciativa privada - grande parte por empresas familiares. O setor movimenta anualmente aproximadamente R$ 1 bilhão e soma 180 mil empregados.
Os valores funerais do País têm parametros sugeridos em tabela especial da categoria, editada pela (Abredif).
Panhozzi explica que como os demais setores, o funerário também sofre crise financeira. ''Embora o número de atendimentos seja mantido, a receita cai, pois os clientes optam por serviços mais baratos'', justifica. Nos últimos anos, com a melhora da condição econômica da população, mais produtos vem sendo adquiridos, como seguros de vida e planos de saúde.
Serviço centralizado
A Administração de Serviços Funerários de Londrina (Acesf) tem exclusividade garantida para a realização de trabalhos deste segmento desde 1977, a partir da lei municipal 2.837. Qualquer falecimento que ocorre no município tem de passar pela autarquia, seja em hospital, por morte natural ou violenta em via pública.
Os serviços funerários da autarquia estão sendo modernizados, segundo a superintendente Luciana Viçoso de Oliveira. As melhorias são implantadas na estrutura física, veículos, preparação dos cadáveres, nas capelas (previstas para 2011) e atendimento. ''São investimentos necessários para acompanhar os avanços do setor funerário'', explica. A Acesf tem oito cemitérios distritais e cinco municipais e também é responsável pela fiscalização de dois particulares.
Planos a partir de R$ 25 mensais
A Central Administradora de Serviços Póstumos, instalada em Londrina desde 1977, tem aproximadamente 10 mil titulares, sendo que cada um pode ter cobertura para até 10 pessoas (pai, mãe, sogro e sogra, filhos e netos). A demanda experimenta acréscimo anualmente, de acordo com o sócio-proprietário José Cândido da Silva.
Além de assistência funerária, a empresa oferece convênios com descontos médicos em consultórios particulares e descontos em exames médicos e laboratoriais. Também ficam disponíveis, gratuitamente, carros para remoção de emergência 24 horas. Os planos podem ser feitos a partir de R$ 25,50, que correspondem a 5% do salário mínimo nacional, podendo também ser escolhidos os de 8% e 15%. A cobertura e serviços serão proporcionais ao plano contratado.
Também são garantidos coroa de flores, kit de lanche velório e, em algumas ocasiões, auxílio para o translado do corpo.
A partir do pagamento da primeira mensalidade, os titulares com até 65 anos têm 90 dias de carência, equanto para aqueles que ultrapassam esta faixa etária, a carência é de cinco meses. O plano pode ser cancelado a qualquer momento.
A Unipax - Plano de Assistência Familiar é outra opção em Londrina. A empresa foi instalada na cidade em 1999 e oferece assistência funeral, com cobertura de produtos e serviços para velório, planos de saúde e convênios comerciais, além da tanatoplaxia.
A mensalidade varia de R$ 25 a R$ 35 para o plano familiar, com titular, cônjuge, filhos (até 21 anos), pai, mãe, sogro e sogra. Dependentes com mais de 65 anos pagam taxa a mais que fica em torno de R$ 4,50. Os convênios comerciais proporcionam descontos com advogados, farmácias, clínicas odontológicas e consultas médicas.
O auxílio do plantonista e da copeira durante o velório é um diferencial da empresa, segundo o diretor administrativo Marcelo Cardoso. ''Quando acontece o falecimento, o familiar entra em contato pelo 0800, o plantonista assume e toma todas as providências necessárias para a família, inclusive em documentação'', explica. A copeira, por sua vez, acompanha o velório para servir café, chá, água, refrigerante e lanches.
Atualmente, a empresa conta cerca de 80 mil associados. Para Cardoso, a expansão dos planos de saúde em Londrina é resultado da mudança na cultura da população. ''Há alguns anos estes serviços não eram valorizados porque as pessoas não entendiam a necessidade e conveniência que eles têm'', justifica. Segundo ele, o custo funerário fica em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil para quem não dispõe do plano.