O setor público consolidado – governos federal, estaduais e municipais e empresas estatais – registrou déficit primário de R$ 10,019 bilhões, em julho, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira (28). Foi o pior resultado registrado em julho, na série histórica iniciada em dezembro de 2001. No mesmo mês de 2014, houve déficit primário de R$ 4,715 bilhões.
Nos sete meses do ano, o setor público registra superávit primário de R$ 6,205 bilhões. Em 12 meses encerrados em julho, o setor público registrou déficit primário de R$ 50,996 bilhões, o que corresponde a 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
O superávit primário, economia de recursos para pagar os juros da dívida pública, ajuda a conter o endividamento do governo, em médio e longo prazos. Mas as dificuldades em cortar gastos e em aumentar as receitas fizeram a equipe econômica reduzir para R$ 8,747 bilhões, 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) para 2015. Desse total, 0,10% – R$ 5,8 bilhões – correspondem ao Governo Central. A meta anterior do setor público era R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do PIB.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Nos sete meses do ano, o Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência) registrou superávit de R$ 7,951 bilhões, enquanto os governos estaduais registraram déficit primário de R$ 13,633 bilhões. Os governos municipais registram superávit primário de R$ 2,493 bilhões. Já as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 1,970 bilhão.
Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 62,753 bilhões, em julho, e acumularam R$ 288,623 bilhões, nos sete meses do ano.
O déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, chegou a R$ 72,772 bilhões, em julho. Nos sete meses do ano, o resultado negativo chegou a R$ 282,418 bilhões.
A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,950 trilhão em julho, o que corresponde a 34,2% do PIB. Em relação a junho, a dívida em proporção do PIB caiu 0,4 ponto percentual. A dívida bruta chegou a R$ 3,685 trilhões ou 64,6% do PIB, aumento de 1,4 ponto percentual em relação a junho.