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Negócio bilionário

Shell e Cosan anunciam criação de joint-venture

Folha de Londrina
02 fev 2010 às 08:38

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A petroleira anglo-holandesa Shell e a Cosan anunciaram a assinatura de memorando de entendimento para a criação de duas subsidiárias no Brasil no prazo de seis meses.

As duas joint-venture, ainda sem nome definido, terão receita estimada de R$ 40 bilhões por ano, o que as coloca entre os 15 maiores faturamentos no país. O negócio representa um passo histórico para o setor sucroalcooleiro brasileiro e oferece à Shell a possibilidade de diversificação em direção ao setor da economia denominado de baixo carbono.

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Com a transação, estimada em US$ 12 bilhões, a Shell marca uma inédito ingresso no mercado de produção de álcool combustível, algo que a estatal brasileira Petrobras e a BP (British Petroleum) fazem de forma ainda tímida. Ao mesmo tempo, o negócio oferecerá à contraparte brasileira a posição de terceira maior distribuidora do país, uma das maiores redes de distribuição no exterior com perspectivas de expansão de exportações e projetos em andamento para desenvolvimento do etanol celulósico, nova geração dos biocombustíveis.

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''Esse era o passo que faltava para tornar o etanol uma commodity global'', disse Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan. Para ele, a decisão de promover a união com a Shell dará condições de viabilizar o plano de ser líder mundial em combustíveis renováveis. A decisão de precipitar o anúncio do acordo mesmo não detalhado foi tomada em razão de riscos de vazamento. ''A decisão de anunciar a assinatura de um memorando com as bases do acordo foi tomada para evitar que alguém tenha acesso a informações e comece a negociar ações da Cosan'', disse Marcelo Martins, vice-presidente financeiro da Cosan.

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O negócio


Pelo acordo, serão criadas duas companhias, que terão partilhados o controle por Shell e Cosan S.A.. A primeira reunirá as usinas de açúcar e álcool, a segunda, os ativos de distribuição de combustíveis. A Cosan - que em 2009 adquiriu os ativos e o direito de uso da marca Esso no Brasil - fará a fusão dessa estrutura com a da Shell. Essa nova companhia - que responderá por cerca de 80% do faturamento da joint-venture - terá 4.470 postos e distribuirá 17 bilhões de litros de combustível.


As participações de cada companhia nas duas subsidiárias não estão definidas e podem não ser equivalentes. Os comandos de Shell e de Cosan definiram apenas que a administração será compartilhada. A Cosan, líder mundial na produção de etanol a partir da cana, com capacidade de produção de 2 bilhões de litros por safra e 1 bilhão de litros em exportações, alocará nas duas novas empresas ativos com valor total estimado em US$ 4,9 bilhões, o que inclui as usinas de açúcar e álcool e a divisão de distribuição de combustíveis adquiridos da Esso. Ficarão na Cosan ativos remanescentes (terras, parte da logística, comercialização e cogeração - termelétricas a bagaço de cana), de US$ 2,1 bilhões. A Cosan leva para as subsidiárias dívidas calculadas em US$ 2,5 bilhões.

A Shell ingressará no negócio com os ativos de distribuição de combustíveis e mais uma capitalização de US$ 1,625 bilhão. A petroleira colocará ainda as participações na Iogen e na Codexis, desenvolvedoras de tecnologia em biocombustíveis. A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) considerou o negócio um passo para a derrubada de barreiras tarifárias ao etanol brasileiro. ''A parceria gera escala, eficiência e tecnologia, o que certamente contribui para que o etanol brasileiro conquiste mais espaço no mercado mundial e supere os obstáculos que ainda atrapalham o seu crescimento em mercados protecionistas,'' disse Marcos Jank, presidente da Unica.


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