A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticaram a elevação da taxa básica de juros (Selic), anunciada ontem (3) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
Pela segunda vez seguida, o BC reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Copom aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. O órgão aumentou o ritmo do aperto monetário. Na reunião anterior, no fim de outubro, a taxa tinha sido reajustada em 0,25 ponto.
"Mais uma vez, o Banco Central cedeu à chantagem insaciável dos rentistas e especuladores do mercado financeiro, os únicos que ganham, e muito, com esse segundo aumento consecutivo da Selic. Essa nova elevação vai travar ainda mais o ritmo de crescimento econômico, na contramão do desenvolvimento com mais empregos e distribuição de renda", disse, em nota, a CUT.
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A Força Sindical também criticou a decisão do Copom. A central ressaltou que a medida irá beneficiar especuladores. "Ao subir os juros, o governo dá um presentão de Natal aos especuladores. O governo insiste em editar medidas de aperto monetário em um país que está com a atividade econômica estagnada e com uma indústria que vem acumulando resultados negativos mês após mês. Essas políticas inflacionárias mal orientadas deprimem ainda mais a economia, em vez de fazê-la crescer".
A Fiesp destacou que a indústria de transformação e os investimentos devem encerrar o ano com queda em torno de 3,5% e 7,0%, respectivamente. "Ao utilizar apenas a taxa de juros como instrumento de controle da inflação, o governo erra e derrubará ainda mais a atividade econômica, que já se encontra anêmica", disse, em comunicado.